O governo brasileiro declarou esta terça-feira o embaixador Gerardo Delgado, diplomata venezuelano em Brasília, persona non grata. Esta declaração surge dias depois de Caracas ter expulsado o chefe da missão diplomática brasileira, Ruy Pereira.
O Brasil declarou Gerardo Delgado, encarregado de negócios da Venezuela no Brasil, persona non grata. A decisão surge em resposta à medida adotada por Caracas contra o embaixador brasileiro na Venezuela, o diplomata Ruy Pereira.
De acordo com o Expresso, Caracas expulsou, este sábado, Ruy Pereira e também o encarregado de negócios da embaixada do Canadá, sob acusações de interferência nos assuntos internos da Venezuela.
Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano anunciou, esta segunda-feira, que o embaixador venezuelano em Ottawa, Wilmer Barrientos Fernández, já fora do país, não iria ser autorizado a regressar. Também Ángel Herrera, encarregado de negócios da missão venezuelana, foi expulso do Canadá.
As relações bilaterais entre Brasil e Venezuela têm vindo a deteriorar-se cada vez mais desde que Michel Temer tomou posse, após Dilma Rousseff ter sido destituída pelo Congresso, há mais de um ano, por irregularidades financeiras – ato que Maduro descreveu como “golpe de direita”.
Delcy Rodriguez, chefe da Assembleia Constituinte da Venezuela, sublinhou que “as relações diplomáticas com o Brasil não serão restauradas enquanto o governo de Temer não restaurar a ordem constitucional que efetivamente violou”.
Em resposta, o Executivo brasileiro disse que a atitude de Caracas demonstrou, “mais uma vez, a natureza autoritária da administração do presidente Maduro”. Tanto o Brasil como o Canadá têm tecido duras criticas a Maduro, acusando o seu governo socialista de perseguir a oposição e de cometer violações de Direitos Humanos.
A declaração de persona non grata está prevista na Convenção de Viena e é uma das medidas diplomáticas mais duras que podem ser adotadas pelos países signatários do acordo. Após a decretação de persona non grata, o país deverá retirar o diplomata em questão do país ou dar por terminadas as funções diplomáticas do representante.
