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Brasil anula condenação de 74 polícias por massacre que matou 111 detidos

Marcelo Camargo / Abr

22 anos do Massacre do Carandiru, Brasil

O Tribunal de Justiça de São Paulo anulou hoje os julgamentos que condenaram 74 polícias militares pelo massacre do Carandiru, em São Paulo, no Brasil, que vitimou 111 detidos em 1992, confirmou à agência Lusa fonte policial.

A decisão da 4.ª Câmara Criminal foi tomada a pedido da defesa dos agentes, que solicitava a anulação do julgamento e a absolvição dos arguidos, mas o Ministério Público determinou apenas a anulação dos júris, logo, os polícias terão direito a um novo júri.

O desembargador Ivan Sartori, relator do processo, votou pela absolvição, enquanto outros dois desembargadores – Camilo Lellis e Edson Brandão – votaram pela anulação dos júris, para que novos julgamentos sejam realizados, de acordo com a mesma fonte.

A 02 de outubro de 1992, elementos da força militar foram chamados à Casa de Detenção do Carandiru devido a uma rebelião e, horas mais tarde, foram retirados do local 111 corpos de detidos.

Entre 2013 e 2014, os policias foram julgados em cinco tribunais de júri diferentes e as penas aplicadas variaram de 48 a 624 anos de reclusão.

Como a defesa recorreu da decisão, nenhum agente chegou a ser preso.

O comandante do policiamento metropolitano na altura, coronel Ubiratan Guimarães, chegou a ser condenado em 2001, mas acabou absolvido em instâncias superiores, sendo essa absolvição um dos argumentos usados pela defesa dos agentes.

O Ministério Público ainda pode recorrer, porque não houve unanimidade entre os desembargadores. A defesa também continua a lutar pela absolvição.

/Lusa

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