O Brasil registou, em 2023, um ato de violação sexual a cada seis minutos, totalizando 83.988 casos. O cenário pode, no entanto, ser muito mais grave, já que este número só abrange os casos que foram reportados.
Uma a cada seis minutos, dez a cada hora, 240 cada dia. Ao todo, houve 83.988 vítimas de violação sexual reportadas no Brasil, em 2023.
Os números constam no o 18.º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado esta quinta-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A organização, que recolhe os dados nas Secretarias de Segurança de todos os estados brasileiros para fazer o levantamento, concluiu que o total de violações registadas no país sul-americano cresceu 6,5% no ano passado face a 2022.
No ano passado, mais de 41 em casa 100 mil pessoas foram violadas, no Brasil.
Segundo o levantamento feito pelo fórum, a maioria das vítimas de violação foram crianças com até 14 anos de idade e pessoas vulneráveis (76%), do sexo feminino (88,2%) e negras (52,2%).
A violência contra as vítimas com esse perfil geralmente aconteceu dentro de casa (61,7%), a maioria dos agressores era um familiar (64%) ou pessoa conhecida da vítima (22,4%).
Violência contra mulheres aumentou
Além dos casos de violação sexual, o levantamento mostrou que houve um aumento de todas as modalidades de violência praticada contra as mulheres no Brasil no ano passado.
O número de feminicídios subiu 0,8% no país, totalizando 1.467 casos em 2023.
A maioria das vítimas de feminicídio eram negras (63,6%), com idade entre 18 e 44 anos (71,1%) e foram mortas em suas casas (64,3%). A maioria dos assassinos eram parceiros das vítimas (63%), ex-parceiros (21,2%) ou um familiar (8,7%).
As tentativas de feminicídio também cresceram 7,1%, totalizando 2.797 vítimas no ano passado.
O levantamento detetou que as agressões decorrentes de violência doméstica subiram 9,8% (258.941 registos) no Brasil, os casos de stalking ou perseguição cresceram 34,5%, (77.083 registos).
Já os casos de importunação sexual aumentaram 48,7% (41.371 registos), tentativas de homicídio cresceram 9,2% (8.372) e registos de violência psicológica subiram 33,8%, com 38.507 denúncias.
ZAP // Lusa