Paulo Novais / Lusa
O CDS enfrenta, neste sábado, um momento decisivo com o Conselho Nacional a votar uma moção de confiança na direcção de Francisco Rodrigues dos Santos. Isto numa altura em que se agudizam as divergências internas e com a recusa de um empréstimo pedido ao BPI a lançar teorias de conspiração.
O BPI recusou, recentemente, conceder um empréstimo ao CDS que visava ter “maior liquidez para preparar as próximas autárquicas”, como atesta o jornal Expresso.
Esta recusa foi considerada estranha, uma vez que ainda há 4 anos, o mesmo Banco concedeu um empréstimo ao partido em termos semelhantes.
Desta forma, há quem considere, dentro da direcção de Francisco Rodrigues dos Santos, que a recusa pode ter dedo do Conselheiro de Estado António Lobo Xavier que é vice-presidente do BPI, conforme o que apurou o referido semanário.
Lobo Xavier é o número dois do Conselho de Administração, desempenhando funções não executivas, e recusa falar do caso, garantindo, contudo, que o processo nunca passaria por ele.
“Não falo sobre clientes do banco. Se for esse o caso do CDS, desconheço. E não estou para que a minha vida profissional seja envolvida em trapalhadas do CDS, com as quais não tenho qualquer ligação nem conhecimento”, destaca o Conselheiro de Estado em declarações ao Expresso.
“Se o problema alguma vez me tivesse sido apresentado, invocaria obviamente conflito de interesses”, diz ainda.
Há cerca de um ano, Lobo Xavier apoiou a candidatura de Rodrigues dos Santos, mas nos últimos tempos juntou-se às vozes críticas da actual direcção.
Na última participação no programa “Circulatura do Quadrado”, na TVI, apontou para a necessidade de mudanças numa fase de “definhamento indiscutível” do CDS.
Considerando estas circunstâncias, a direcção de Rodrigues dos Santos acredita que “além do risco financeiro”, depois de resultados negativos nas últimas eleições, a recusa do empréstimo possa dever-se a “uma maquinação política”, como aponta o Expresso.
O CDS tem, esta altura, uma dívida da ordem dos 700 mil euros ao BPI, ainda de acordo com o mesmo semanário.
O pagamento do novo empréstimo estaria garantido através da subvenção estatal a que o partido tem direito.
