Chefe da diplomacia da UE chega a Moscovo com direitos humanos na agenda

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) chega a Moscovo, esta quinta-feira, para “fazer passar uma mensagem clara” sobre os direitos humanos e com o argumento de possíveis novas sanções contra personalidades ou empresas.

Em causa está a detenção e posterior condenação a dois anos e meio de prisão do opositor Alexei Navalny, com quem Josep Borrell pretende encontrar-se. “Não posso confirmar nem elaborar em maior detalhe os nossos contactos com a sua equipa, mas estamos em contacto e queremos assegurar-nos de que será possível organizar um encontro”, disse, na segunda-feira, o porta-voz da Comissão para a Política Externa, Peter Stano.

A pena aplicada a Navalny foi condenada pela grande maioria dos países ocidentais, tendo a UE, através do seu alto representante para a política externa, afirmado, na quarta-feira, que a sentença imposta ao opositor russo é “inaceitável e politicamente motivada”.

“A União Europeia condena a decisão das autoridades russas de condenar Alexei Navalny e considera-a inaceitável por ser politicamente motivada e contrária às obrigações internacionais da Rússia em matéria de direitos humanos”, vincou.

Na declaração, Borrell apontou que “a UE voltará à questão no próximo Conselho dos Negócios Estrangeiros e discutirá as suas implicações e possíveis ações futuras”, numa alusão a novas sanções contra a Rússia, como foi já defendido pelo Governo alemão.

O chefe da diplomacia recorda que a UE “tem apelado constantemente às autoridades russas para que mantenham as suas obrigações nacionais e internacionais de respeitar e assegurar os direitos humanos e a igualdade perante a lei, incluindo o direito a um julgamento justo”.

“A UE reitera o seu apelo à libertação imediata e incondicional de Alexei Navalny, bem como de todos os cidadãos e jornalistas que tenham sido detidos por exercerem os seus direitos à reunião pacífica e à liberdade de expressão”, adiantou Borrell, lamentando que “estes desenvolvimentos confirmem um contínuo padrão negativo de diminuição do espaço para a oposição, sociedade civil e vozes independentes na Federação Russa”.

Navalny, de 44 anos, foi detido ao regressar à Rússia, a 17 de janeiro, depois de cinco meses a ser tratado na Alemanha por um alegado envenenamento que o opositor atribuiu ao Kremlin.

ZAP // Lusa

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