Boris Johnson promete recrutar 50 mil enfermeiros (e Brexit antes de 31 de janeiro)

Neil Hall / EPA

O primeiro-ministro britânico prometeu recrutar 50 mil enfermeiros para o sistema nacional de saúde durante a apresentação do programa do Partido Conservador para as legislativas de 12 de dezembro.

A medida será alcançada graças à reintrodução de um sistema de bolsas de estudo para estudantes, incentivos para a retenção de 19 mil profissionais e o recrutamento de 12 mil enfermeiros no estrangeiro, que terão uma taxa reduzida para obter um visto de trabalho.

Segundo o Partido Trabalhista, este número é insuficiente porque existem cerca de 100 mil vagas por preencher no sistema nacional de saúde britânico (NHS) e o número de estudantes de enfermagem caiu nos últimos anos.

“A promessa dos conservadores sobre os enfermeiros é francamente enganosa — os números simplesmente não fazem sentido”, criticou o porta-voz para os assuntos da Saúde, Jonathan Ashworth.

O programa promete também seis mil médicos e seis mil outros profissionais de saúde, a construção de 40 novos hospitais até 2030 e estacionamento gratuito nestes locais para pacientes, visitantes e funcionários.

Na educação, os conservadores propõem aumentar o financiamento das escolas em 14 mil milhões de libras (16,3 mil milhões de euros), aumentar os salários dos professores e subsidiar atividades de tempos livres nas escolas.

O Partido Conservador promete não aumentar os impostos sobre o rendimento, contribuições para a segurança social e IVA até 2025, mas penalizar os investidores estrangeiros com um aumento de 3% da taxa fiscal na compra de propriedades.

Em termos de infraestruturas, os conservadores vão lançar “o maior programa de sempre” para tapar buracos nas estradas com 500 milhões de libras (582 milhões de euros) por ano até 2024.

O Brexit domina o documento, que promete concretizar a saída do Reino Unido da União Europeia a 31 de janeiro e negociar um novo acordo de comércio com a UE nos 11 meses seguintes, excluindo uma extensão do período de transição previsto até ao final de 2020.

O líder conservador disse, este domingo, em Telford, no centro de Inglaterra, querer uma maioria num “Parlamento que trabalhe para as pessoas” do país e implemente o acordo negociado com Bruxelas em setembro para concretizar o resultado do referendo de 2016, quando 52% dos eleitores britânicos votaram a favor da saída da UE.

A saída da União Europeia apresentou a separação de Bruxelas como a chave para resolver toda a “amargura e caos” e depois “dar gás ao potencial de todo o país”.

Boris quer retomar o processo de ratificação do Brexit no Parlamento antes do Natal, o qual foi suspenso pelo Governo em outubro devido ao chumbo da proposta para a sua aprovação em apenas três dias, levando à convocação de eleições antecipadas.

Depois das eleições, a Câmara dos Comuns deverá realizar a sua primeira sessão no dia 17 de dezembro, e nessa mesma semana será celebrado o chamado discurso da Rainha, que marca o início da legislatura do Governo.

Para depois do Brexit, o programa inclui medidas já conhecidas, como o fim da liberdade de circulação e introdução de um sistema de imigração por pontos e controlo das quotas de pesca.

ZAP // Lusa

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