Esta quinta-feira, Boris Johnson falou, pela primeira vez, na Câmara dos Comuns como primeiro-ministro. Para o novo governante, o futuro do Reino Unido é um caminho luminoso.
“Quero fazer do Reino Unido o maior país à face da Terra.” Foi assim que Boris Johnson iniciou o seu primeiro discurso como primeiro-ministro do Reino Unido na Câmara dos Comuns, esta quinta-feira.
Como seria de esperar, o Brexit este em cima da mesa de forma contínua. “Tal como toda a gente, eu preferia sair com acordo, mas como o acordo de saída foi rejeitado por esta Câmara três vezes porque o backstop é inaceitável temos de acabar com ele. Um tempo limite para a sua vigência não é suficiente”, disse.
“Nenhum país que preze a sua independência pode concordar com o acordo como está”, acrescentou Boris Johnson. Como lembra o Expresso, ele mesmo votou por este acordo, em março deste ano.
Tocando num dos pontos que mais dores de cabeça dá às duas equipas de negociação, Boris voltou a dizer que está pronto a negociar de novo com a União Europeia, “sob o pressuposto da abolição do backstop”.
O agora primeiro-ministro garante que as negociações do seu governo com a UE vão continuar “com o máximo de energia e determinação, num espírito de amizade”. “Espero que UE esteja igualmente preparada e que repense a sua recusa atual de fazer quaisquer alterações ao acordo de saída.”
“Não acredito que estes assuntos só possam ser resolvidos se o Reino Unido permanecer na união aduaneira. E vamos encontrar uma solução que seja compatível com os Acordos de Sexta-feira Santa, com os quais todos estamos comprometidos”, disse Boris.
“Eu e a minha equipa estamos prontos a falar com a Comissão, onde e quando eles entenderem”, garantiu ainda o primeiro-ministro. Se não quiserem assim, avisou, então “teremos de sair sem acordo”.
Na pasta da imigração, a novidade é mesmo a introdução do “sistema de pontos”, como já existe na Austrália, através do qual os imigrantes com mais qualificações, com melhores níveis de compreensão da língua, entre outros critérios, retêm mais pontos e têm mais hipóteses de ser aceites.
“Ninguém acredita mais do que eu nos benefícios da imigração e quero continuar a trazer os maiores talentos, as mentes mais brilhantes para o Reino Unido mas o sistema tem de mudar radicalmente”, disse o primeiro-ministro. E para provar o seu compromisso, Boris avança (como já tinha feito antes) com a ideia de uma amnistia para os imigrantes ilegais que estejam já estabelecidos no Reino Unido.
“Sair da UE não é apenas preparar-nos para os possíveis desafios, é também aproveitar as oportunidades para desenharmos uma estratégia económica em vários cenários, alimentar a competitividade enquanto nos libertamos das regulamentações da UE.” Foi assim que o primeiro-ministro terminou o seu discurso, recebendo aplausos que ecoaram ainda mais depois do elogio que fez à resiliência dos britânicos.
“Já ultrapassaram muito, também vão fazer disto uma vitória.”
Boris anuncia que Reino Unido não vai nomear comissário europeu
O Reino Unido não vai nomear um comissário europeu para o novo executivo comunitário, anunciou o primeiro-ministro, num sinal de que o país vai sair da União Europeia a 31 de outubro.
“Quero deixar claro o meu empenho absoluto em garantir que a nossa participação nacional na União Europeia está a chegar ao fim. E essa realidade precisa ser reconhecida por todas as partes”, afirmou.
Boris Johnson entende que “há muitos funcionários públicos do Reino Unido brilhantes que acompanham reuniões após reuniões em Bruxelas e Luxemburgo, quando poderiam dedicar-se à preparação de novos acordos de comércio livre ou na promoção de um Reino Unido verdadeiramente global.
Com gesto simbólico da “libertação” desses funcionários, Boris Johnson disse que o governo não vai nomear um comissário “em quaisquer circunstâncias” para o executivo liderado por Ursula von der Leyen a iniciar funções em novembro.
Boris promete lei para proteger direitos de cidadãos europeus
Os cidadãos europeus residentes no Reino Unido vão ter os direitos de residência e trabalho garantidos na legislação britânica. Numa resposta à líder dos Liberais Democratas, Jo Swinson, o novo chefe de governo concordou na “importância vital de garantir os direitos e proteções” dos 3,2 milhões que vivem e trabalham entre nós há tanto tempo”.
“Naturalmente, estamos a insistir que os seus direitos sejam garantidos por lei“, disse Boris Johnson, sem especificar quando vai o governo apresentar uma proposta de lei nesse sentido, ou se vai apoiar outras iniciativas parlamentares nesse sentido.
Por outro lado, confirmou a intenção de mudar as regras de imigração e de introduzir um sistema baseado em pontos, o que implicará requisitos diferentes para a residência de europeus no Reino Unido após o Brexit.
A sua antecessora Theresa May tinha garantido no ano passado que os direitos dos cidadãos europeus seriam protegidos, mesmo na eventualidade de um Brexit sem acordo, porém não previu legislação nesse sentido.
O ministério do Interior tem em curso um sistema de regularização migratório para os cidadãos da União Europeia e da Suíça, Noruega e Lichtenstein, aberto no âmbito do processo da saída do Reino Unido da UE.
ZAP // Lusa
Com o que este texugo oxigenado não conta, é que a maior parte das suas estupidezes vão ser chumbadas no Parlamento. O partido conservador nem tem maioria absoluta… E dentro do seu partido, os pesos-pesados que ele fez questão de expulsar na sua purga, juntaram-se agora à opisição e não hesitarão em contribuir para uma moção de censura.
Este “one man show” está condenado à nascença. Muita parra, pouca uva.
É pá, não sejas agoirento lolol