Confinamento 2020, mas não para todos. Boris apanhado em fotografia a confraternizar com mais 19 pessoas

number10gov / Flickr

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson

Boris Johnson está envolto em mais uma polémica. Em maio de 2020, numa altura em que os britânicos não podiam estar com mais do que duas pessoas de agregados familiares diferentes, e sempre com distanciamento social, o primeiro-ministro do Reino Unido confraternizou no seu jardim com, pelo menos, mais 19 pessoas.

O primeiro-ministro britânico tinha desmentido quando começaram a surgir as primeiras notícias que davam conta desta reunião no jardim do número 10 de Downing Street, mas este domingo surgiu a fotografia que prova que tudo aconteceu.

Nela, pode ver-se Boris Johnson, a sua mulher, Carrie Symonds, e 19 outros membros da sua equipa no jardim a confraternizar, sem distanciamento social ou máscaras de proteção individual.

A fotografia data de maio de 2020, altura em que os britânicos estavam proibidos de estar com mais do que duas pessoas de agregados familiares diferentes. Só podiam reunir-se com duas pessoas de um outro agregado familiar, no exterior e a dois metros de distância, no mínimo.

A fotografia foi divulgada por uma investigação conjunta do The Guardian e do The Independent e é o reflexo de que, no pior momento da pandemia de covid-19, nem todas as regras em vigor foram respeitadas de igual forma pelas pessoas que decidiram impô-las à população.

Apesar de o porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson garantir que o encontro de 15 de maio se tratou de uma “reunião de trabalho”, a fonte dos jornais britânicos descreve um ambiente festivo em que “alguns funcionários estiveram a comer pizza, a beber vinho e bebidas brancas até ao anoitecer”.

Angela Rayner, vice-líder dos trabalhistas, foi das primeiras a reagir à notícia, classificado a imagem como “uma chapada na cara dos britânicos“. “O primeiro-ministro demonstra consistentemente que não respeita as regras que impõe a todos nós.”

No dia da confraternização no jardim, o então ministro da Saúde, Matt Hancock, pediu aos britânicos, numa conferência de imprensa, para permanecerem em casa, apesar do bom tempo previsto para aquele fim de semana.

Este é só mais um episódio que faz o Governo britânico continuar debaixo de foto. O Executivo de Boris Johnson foi criticado pelas festas que se terão realizado em Downing Street durante o Natal de 2020.

Mais recentemente, o Partido Conservador sofreu uma dura derrota, perdendo para os liberais-democratas a eleição intercalar no círculo de North Shropshire, um bastião histórico dos conservadores.

Acresce ainda a demissão de David Frost, ministro de Estado e responsável pelas negociações do Brexit com a União Europeia, como forma de demonstrar o seu descontentamento face às recém-anunciadas medidas com o objetivo de controlar a transmissão da covid-19. Mais um duro golpe para um Executivo já fragilizado.

Este domingo, a Sky News noticiou que o Governo está a ponderar impor medidas mais apertadas para o Natal, e pode incluir a proibição de ajuntamentos em sítios fechados.

Liliana Malainho, ZAP //

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