Festa de Natal polémica gera baixa em Downing Street (e pede-se demissão de Boris)

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UK Parliament / EPA

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no Parlamento inglês.

Um vídeo que sugere a realização de uma festa de Natal em Downing Street, no ano passado, contra as regras sanitárias, levou à demissão da assessora de Boris Johnson.

Allegra Straton, assessora de Boris Johnson, demitiu-se esta quarta-feira. A razão? Uma alegada festa de Natal, no ano passado, em Downing Street, que a confirmar-se terá contrariado as restrições estabelecidas pelo próprio Governo britânico para combater a pandemia de covid-19.

Na semana passada, o primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, negou “ter violado as normas” anticovid-19 com a celebração de festas na sua residência oficial em Downing Street, em novembro e dezembro de 2020.

Boris Johnson foi acusado de “não ser consistente” pela oposição trabalhista que, na sessão parlamentar semanal, questionou o chefe de Estado após o jornal Daily Mirror ter publicado terem havido, pelo menos, duas festas com muitas pessoas dos setores governamentais em período de restrições no Reino Unido.

Embora Boris Johnson não tenha confirmado a existências das festas, também não negou.

Agora, num vídeo divulgado pela emissora televisiva ITV, filmado em dezembro do ano passado, a porta-voz demissionária Allegra Stratton e o assessor Ed Oldfield encenam uma suposta conferência de imprensa onde brincam com a existência de uma “festa imaginária”.

“Esta festa imaginária foi uma reunião de trabalho e não teve distanciamento social”, diz Stratton, enquanto Oldfield remata que “não foi uma festa, foi vinho e queijo”.

A divulgação do vídeo não tardou a gerar polémica no Reino Unido, onde apesar da demissão de Stratton, a autoridade do Governo de Boris Johnson tem sido posto em causa.

Embora a realização da festa de Natal nunca tenha sido confirmada, este vídeo revelado pela ITV parece confirmar a sua existência.

Esta quarta-feira, no Parlamento britânico, Boris Johnson esteve debaixo de fogo do líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, que acusou o primeiro-ministro de “querer tomar os britânicos por parvos” e dizendo que este perdeu a “autoridade moral” para exigir aos britânicos o cumprimento das regras de saúde pública.

Douglas Ross, líder dos Tories escoceses, disse que a confirmar-se a realização da festa, Boris Johnson não tem outra alternativa senão demitir-se.

Até agora, a única demissão foi a de Allegra Stratton, que salientou que se iria arrepender para sempre daqueles comentários.

“Vou arrepender-me desses comentários para o resto da minha vida”, disse Stratton, em lágrimas, ao comunicar a sua demissão. “Nunca foi a minha intenção quebrar essas regras a que as pessoas tudo faziam por obedecer. Vou arrepender-me desses comentários para o resto da minha vida. As minhas mais sinceras desculpas a todos em casa pelos comentários”.

Em sua defesa, Boris Johnson garante que sempre lhe foi dito que “não houve qualquer festa e que não foram violadas quaisquer regras”. No entanto, o primeiro-ministro britânico diz que ele próprio ficou “furioso ao ver as imagens”.

“Peço desculpas sem reservas pela ofensa que tal representou para o país e peço desculpa pela impressão que isso transmite”, disse o líder inglês no Parlamento.

Daniel Costa, ZAP //

1 Comment

  1. os ingleses não gostam muito que mandem neles, gostam de fazer o que lhes apetece, quando lhes apetece, como foi também o caso das drogas no parlamento. eles gostam de fazer o que lhes apetece.

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