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Bordalo II coloca “medicamento” anti-fascista na campa de Salazar

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@b0rdalo_ii / Instagram

Instalação do artista Bordalo II na campa de Salazar no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão.

Instalação do artista Bordalo II na campa de Salazar no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão.

O artista português Bordalo II realizou mais uma instalação polémica. Desta vez, colocou uma caixa gigante de um suposto “medicamento” anti-fascista na campa de António de Oliveira Salazar no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão.

A caixa foi colocada sobre a sepultura onde está o corpo do ditador e contém a inscrição “Liberdade”, incluindo cravos vermelhos e a designação “Probiótico Anti-fascista”.

A caixa contém ainda as inscrições “dose diária de democracia”, “grátis” e “combate a opressão”.

“Por algum motivo, os que têm ambições tirânicas e anti-democráticas, começam exactamente por atacar a liberdade – este conceito complexo que atravessa vários campos da nossa vida e sem o qual não teremos uma sociedade justa”, escreve Bordalo II na sua página de Instagram, onde revela a instalação artística.

“A liberdade é fundamental para cada um de nós e para o bem-estar de todos”, acrescenta, salientando que “não nos podemos distrair e tomar a liberdade como um bem adquirido”. “Pelo contrário, temos que defendê-la e exercitá-la todos os dias. O 25 de Abril serve também para nos lembrarmos disto”, considera.

“Defender a liberdade é respeitar as diferenças, exigir direitos fundamentais universais e permitir a expressão do pensamento livre e da criatividade”, defende igualmente, notando que “também a arte deve ser livre, deve poder questionar, provocar e dar um ponto de partida para a reflexão.”

“25 de Abril SEMPRE, fascismo nunca mais”, sublinha, por fim, o artista.

 

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É mais uma instalação provocatória do artista Artur Bordalo que é mais conhecido por Bordalo II e que ficou famoso pelas suas acções socialmente polémicas.

Em 2023, por exemplo, nas vésperas do arranque da Jornada Mundial da Juventude, instalou a obra “Walk of Shame” no palco que viria a receber o Papa Francisco, com uma passadeira com imagens de notas de 500 euros. Uma crítica aos milhões gastos na organização do evento.

Depois disso, fez inscrições na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, e na praça de touros de Vila Franca de Xira, manifestando-se contra as touradas.

No dia das eleições de Março passado, colocou um caixote do lixo em frente à Assembleia da República, com bonecos de fato e sem cabeça no seu interior. É como quem diz que “pôs a política no lixo”.

Susana Valente, ZAP //

7 Comments

  1. ” Desta vez, colocou uma caixa gigante de um suposto “medicamento” anti-fascista na campa de António de Oliveira Salazar no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão”.

    Será que ao fim de 50 anos ainda se justificam desaforos desta natureza? A falta de liberdade (que eu nunca senti… ) desse tempo ainda incomoda tanto assim!?! Deixem o Senhor descansar em paz (se o seu “dele” corpo conseguir), até porque dele, naquela sepultura só resta o pó resultante da decomposição do seu corpo,

    Acredito que uma grande parte dos actuais queixosos nem sabem o que isso foi. Pela minha parte senti-me tão livre nesse tempo como hoje. É tão triste o azedume de certas pessoas…!

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  2. Pois, pois. Eu também a liberdade que utilizo agora sempre a tive. Ainda nos tempos do Salazar, ido do interior do País para Lisboa, corria tudo de noite ou a qualquer hora, sozinho ou acompanhado de vários amigos, nunca ninguém me incomodou, fosse PSP, GNR ou PIDE. Claro que não andava a conspirar e não gritava que não vivia bem. Muita gente pensa que Portugal começou com o 28 de Maio de 1926. Só a partir daí é que começaram as desgraças. Anteriormente todos comiam uma sardinha inteira ou mais, a grande maioria da população não era analfabeta, pois escolas e professores havia com fartura. Veio o Estado Novo e foi o que se viu. Ainda agora, passados 50 anos que se deu o 25 de Abril, ainda vejo gente a gritar contra o tempo da outra senhora e a dar vivas ao sistema de agora onde só vejo corruptos e l…ões.

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