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Bolsonaro mudou legislação e compra de armas disparou. Registou-se um aumento de assassinatos

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Joedson Alves / EPA

Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

O comércio de armas disparou em quase dois anos, ou seja, desde que Bolsonaro chegou ao Governo e fez mudanças na legislação que seguem o modelo norte-americano. Estão na mão de radicais, alerta especialista.

A compra de armas no Brasil triplicou desde a chegada de Jair Bolsonaro à presidência, em janeiro de 2019, conforme noticia o El País. Em abril deste ano, durante uma reunião com o gabinete de ministros, o presidente brasileiro chegou a admitir que quer “que o povo se arme!” E o facto é que cumpriu a sua promessa eleitoral de facilitar o acesso às armas.

Através de várias mudanças legislativas, o Brasil, que seguia um modelo de controlo de armas similar ao europeu que tinha sido aprovado por Lula da Silva no início de seu mandato, aproximou-se dos Estados Unidos.

O ano passado a venda de armamento triplicou, sendo que durante os primeiros 11 meses do governo Bolsonaro os registos de posse de armas de fogo aumentaram 48%. Como indica o El País, em 2020 foram contabilizadas 130 mil novas armas até outubro, de acordo com dados oficiais.

Segundo o mesmo jornal, os registos de porte de armas aumentaram. No Brasil cada vez mais pessoas podem sair de casa com uma arma, sendo capazes de possuir mais unidades, comprar calibres mais potentes e mais munições. E a renovação do porte de arma é feita agora de dez em dez anos e já não a cada cinco anos.

Em declarações ao El País, Melina Risso, especialista em segurança pública do Instituto Igarapé, desmente a crença de que com mais armas a tendência é que a criminalidade diminua, realçando que “a ciência mostra-nos que se existem mais armas em circulação, os homicídios aumentam”.

A especialista brasileira afirma ainda que a flexibilização das leis sobre armamento promovida por Bolsonaro influenciou o aumento em 6% do número de assassinatos no primeiro semestre deste ano.

“O que Bolsonaro está a fazer ao aumentar a capacidade das pessoas comprarem armas e munições é muito perigoso. Os grupos radicais estão a acumular um arsenal e isso é minar o Estado de Direito democrático”, alerta Risso.

ZAP //

3 Comments

  1. Eu também critico o sistema americano mas uma coisa é dar acesso livre às armas a indivíduos de uma cultura que sempre esteve habituada a essa realidade e outra coisa é fazer o mesmo com pessoas que nunca viveram nesse mundo. Só irá criar uma sociedade ainda mais violenta que a americana. Só mostra a falta de visão social que este senhor tem. Tem mas é visão para o bolso dele. Afinal, a industria de armamento agradece como ?

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