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Bolsonaro diz ter imagem negativa no exterior porque a imprensa “é de esquerda”

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Joedson Alves / EPA

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse hoje que a sua imagem no exterior é negativa porque a imprensa mundial é de esquerda, enquanto falava com apoiantes junto ao Palácio da Alvorada, em Brasília.

“A imprensa mundial é de esquerda. O Trump sofre muito nos Estados Unidos também”, respondeu Bolsonaro, após um apoiante lhe dizer que a Secretaria de Comunicação da Presidência deveria fazer uma melhor propaganda dele e do Governo brasileiro.

O Presidente brasileiro foi eleito pela Partido Social Liberal (PSL), sigla de direita que ganhou protagonismo nas presidenciais de 2018 devido à candidatura. No ano passado, porém, Bolsonaro deixou o partido e anunciou o projeto de criação de uma nova formação partidária, chamada Aliança pelo Brasil, que defende bandeiras conotadas com a extrema-direita.

Críticas a jornalistas e empresas de comunicação social que se dedicam ao noticiário no Brasil e no exterior são feitas de maneira recorrente pelo chefe de Estado brasileiro desde que tomou posse, em janeiro de 2019.

No Brasil, Bolsonaro ataca particularmente a Rede Globo e o jornal Folha de S.Paulo, que fazem uma cobertura crítica à sua gestão.

No exterior, o Presidente brasileiro viu a sua imagem desgastada desde o ano passado, quando protagonizou confrontos públicos com líderes europeus que criticaram os incêndios na Amazónia.

Recentemente o Governo brasileiro voltou a ser alvo de análises negativas publicadas pelos media no exterior devido ao ceticismo de Bolsonaro em relação à pandemia do novo coronavírus e à falta de uma gestão equilibrada na área da saúde que, na visão de muitos analistas, levou o país a ser o segundo do mundo com maior número de casos da doença.

Hoje de manhã, o jornal britânico Financial Times publicou um artigo intitulado “Populismo de Jair Bolsonaro está a levar o Brasil ao desastre”, com críticas à demissão de dois ministros da Saúde durante a pandemia e à defesa da indicação do uso da cloroquina para pacientes com covid-19, embora a eficácia do medicamento não tenha sido comprovada.

O Brasil registou um total de 363.211 casos e 22.666 mortes provocadas pelo novo coronavírus, segundo dados atualizados pelo Ministério da Saúde no domingo.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 345 mil mortos e infetou mais de 5,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

// Lusa

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