Jair Bolsonaro acusou, esta quarta-feira, dois juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) de “quererem o Lula Presidente”. Em causa estão os inquéritos sobre a divulgação de notícias falsas.
O Presidente do Brasil acusou os juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) de pôr em causa as “liberdades democráticas” e de quererem a vitória de Lula da Silva nas eleições de outubro.
Na mira de Bolsonaro estiveram os juízes Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, por defenderem a regulação das redes sociais de forma a evitar a propagação de notícias falsas durante a campanha eleitoral.
“Quem esses dois pensam que são? Que vão tomar medidas drásticas dessa forma, ameaçando, cassando liberdades democráticas nossas, a liberdade de expressão”, afirmou o governante numa entrevista ao site Gazeta Brasil, citado pelo Público. “São defensores de Lula, querem o Lula Presidente.”
Num recente artigo, assinado por Luís Roberto Barroso, o magistrado refere o “aparecimento de verdadeiras milícias digitais” responsáveis pela difusão de notícias falsas e difamatórias.
Bolsonaro enfrenta no STF cinco investigações que vão desde uma possível interferência ilegal na Polícia Federal até suposta prevaricação num caso de corrupção na compra de vacinas contra a covid-19, ou disseminação de notícias falsas na Internet.
Alexandre de Moraes é o juiz de instrução na maioria desses processos contra o Presidente, que também é alvo de outro inquérito administrativo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Luis Roberto Barroso, devido aos ataques que fez ao sistema de votação eletrónica que vigora no país.
“Que crime eu cometi, senhor Luis Roberto Barroso? Quais foram as ‘fake news’ (notícias falsas) que pratiquei? Dizem que tenho um gabinete do ódio, que apresentam provas”, exigiu o capitão aposentado do Exército.
Jair Bolsonaro também criticou declarações em que Moraes, também membro do TSE, alertou que se este ano se repetir o cenário de 2018, com a disseminação de mensagens de ódio e informações falsas, “o registo eleitoral será cassado e as pessoas que o fizerem irão para a cadeia”.
“Não posso admitir nenhum jogo fora das quatro linhas da Constituição“, frisou Bolsonaro, que pretende concorrer à reeleição em outubro, embora no momento todas as sondagens de opinião apontem Lula, o seu maior adversário político, como claro favorito.
As sondagens indicam que o líder do Partido dos Trabalhadores obteria hoje mais de 40% do apoio, face os entre 20% e 25% que Bolsonaro conseguiria.
ZAP // Lusa