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Bolívia vai voltar às urnas para eleger um presidente (e Morales está proibido de participar)

Joel Alvarez / Wikimedia

O Parlamento da Bolívia aprovou no sábado a realização de novas eleições presidenciais e legislativas, para colocar fim à crise política iniciada com o ato eleitoral de 20 de outubro, cujos resultados foram contestados.

O projeto de lei foi aprovado no sábado à noite pelos deputados da câmara baixa do Parlamento, algumas horas após a aprovação no Senado. De seguida, deverá ser promulgado pela Presidente interina, Jeanine Añez, para ter força de lei.

O texto proíbe qualquer pessoa que tenha cumprido dois mandatos de concorrer a um terceiro, deixando de fora a possibilidade de candidatura de Evo Morales, que já cumpriu três termos presidenciais, desde 2006. O próprio partido de Evo Morales, o MAS (Movimento ao Socialismo), que tem maioria no Parlamento, votou a favor do projeto, ilustrando as divisões sobre o ex-Presidente.

De acordo com a proposta dos partidos, as eleições devem ser realizadas até dia 12 de janeiro de 2020.

Evo Morales renunciou ao cargo após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão do país. Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.

A Assembleia Legislativa da Bolívia recebeu na segunda-feira a carta de renúncia de Evo Morales, em que o Presidente diz esperar que o seu gesto evite mais violência e permita “paz social” no país que governou durante 13 anos.

Além de Evo Morales e do seu vice, renunciaram igualmente a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, e o presidente da Câmara dos Deputados, Víctor Borda. Já a presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, María Eugenia Choque Quispe, que tinha renunciado ao cargo de manhã, foi detida pela polícia após a renúncia de Evo Morales.

O ministro da Defesa da Bolívia, Javier Eduardo Zavaleta López, anunciou também esta terça-feira a sua renúncia ao cargo. Zavaleta López disse que a sua vontade “sempre foi de preservar o caráter institucional das forças armadas ao serviço da população” e não contra esta.

ZAP // Lusa

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