O músico e ativista irlandês Bob Geldof quer celebrar os 30 anos do projeto humanitário Band Aid com uma nova gravação de um tema de natal, cujas receitas reverterão para a luta contra o vírus Ébola.
Bob Geldof anunciou esta segunda-feira que o tema “Do they know it’s Christmas?“, gravado em 1984 por vários artistas sob a designação Band Aid, vai ter uma nova versão, que contará com a participação de nomes como Bono, Chris Martin, One Direction, Foals, Ed Sheeran, Sinead O’Connor e Emeli Sande.
A nova versão do tema de natal será gravada este sábado e poderá ser comprada a partir da próxima segunda-feira em versão digital.
As verbas têm como destino a África Ocidental, que luta contra a propagação do vírus Ébola.
Numa conferência de imprensa em Londres, ‘sir’ Bob Geldof lançou um apelo para que as pessoas comprem a música, como um donativo para travar a evolução do Ébola, uma doença que torna as pessoas “intocáveis”.
“Não interessa se odeiam ou não gostam da canção, têm que comprar. Não façam ‘download, não vejam no Youtube. É o grande gesto de natal”, diz o ativista.
Bob Geldof e Midge Ure compuseram “Do they know it’s Christmas” em 1984 para uma ação humanitária contra a fome na Etiópia, depois de terem visto uma reportagem na BBC sobre aquele flagelo.
Na altura, na gravação do tema participaram Bono, Sting, David Bowie, George Michael, Paul McCartney, Duran Duran e Spandau Ballett, entre outros. Foram vendidas mais de 3,5 milhões de cópias, que renderam 11,5 milhões de euros.
O êxito do tema levou Bob Geldof e Midge Ure a organizarem no ano seguinte, em 1985, o espetáculo “Live Aid”, que aconteceu em simultâneo em Londres e em Filadélfia (EUA), e que contou com atuações dos Queen, Madonna, Elton John, U2 ou Eric Clapton.
Desde 1984, os dois ativistas organizaram outras gravações daquele tema de natal, nomeadamente em 1989 e em 2004.
A epidemia de Ébola que atinge, desde março, sobretudo a Serra Leoa, Guiné-Conacri e Libéria, embora haja registo de casos no Mali, Senegal, Nigéria, Espanha e Estados Unidos, afetou mais de 13.000 pessoas, das quais mais de 4.900 morreram, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.
/Lusa