Bloco e CDS: como sobrevivem os partidos “na penúria”

13

João Relvas / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.

CDS despediu 11 funcionários após as eleições deste ano. Despedir e encerrar sedes são medidas para quem perde importância.

O CDS-PP desapareceu da Assembleia da República, em 2022. E isso trouxe consequências para o partido.

Nas eleições legislativas de Janeiro deste ano, o CDS não conseguiu eleger qualquer deputado. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que há eleições pós-25 de Abril de 1974.

Francisco Rodrigues dos Santos demitiu-se na própria noite. E, logicamente, houve despedimentos: 11 funcionários foram afastados (trabalhavam para o partido no grupo parlamentar).

Houve uma “razia”, sublinha o Diário de Notícias, num partido onde está a decorrer um plano de reestruturação, agora sob a liderança de Nuno Melo – que não recebe salário por liderar o partido (recebe por ser eurodeputado).

Logo na semana das eleições, em Janeiro deste ano, começou a surgir a hipótese de o CDS abandonar o palacete no Largo de Caldas, em Lisboa. Mas nada avançou nesse processo, nestes quatro meses.

O CDS continua a receber financiamento público porque conseguiu mais de 50 mil votos nas legislativas – cerca de 89 mil, mais do que PAN e Livre, que têm um deputado cada na Assembleia da República.

BE e PCP

As subvenções de funcionamento corrente aos partidos aumentaram nesta legislatura, para um total de 74,9 milhões.

Desse valor total, o Bloco de Esquerda (que tinha 19 deputados e passou a ter cinco) vai receber “apenas” 725 mil euros por ano, praticamente metade do que recebia na legislatura anterior.

Comparando as eleições legislativas de 2019 com as legislativas de 2022, o número de votos no segundo caso foi menos de metade em relação ao primeiro. O partido tem assim de reduzir as suas despesas para metade.

Por isso, o despedimento de funcionários também chegou ao Bloco (de 100 para 50, aproximadamente), que também vai fechar sedes.

A nível prático, o partido liderado por Catarina Martins espera não perder muito, apesar da quebra no número de funcionários, porque acredita que os voluntários vão ajudar.

O Partido Comunista Português caiu, mas não tanto. É verdade que há três anos tinha o dobro de deputados (12) do que tem em 2022 (seis), mas a queda no número de votos não chegou a 100 mil.

O número de funcionários do grupo parlamentar terá sido reduzido mas pouco mais.

E, além disso, vem aí a Festa do Avante!, em Setembro, com receitas consideráveis, em princípio.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

13 Comments

  1. Bloco vai despedir pessoal e fechar sedes Não acredito Só pode ser brincadeira A D. Catarina e as suas/seus acompanhantes nunca farão isso.
    Se exigem às Empresas e ao Estado também devem saber pagar salários e despesas das Sedes sem terem receitas.
    Vá deem o exemplo e digam como se faz isso para os empresários aprenderem

  2. O quê? Não acredito que as bloquistas, em especial a D. Catarina, a Mortágua e a Marisa, vão despedir pessoas porque não tem dinheiro no partido para pagar os salários…. Mas então? Porque não fazem como dizem aos patrões? Se não tem dinheiro, tirem do vosso… afinal não são vocês as donas do partido? Porque não pagam com o vosso salário da assembleia? É nestas situações que se vê o que realmente as pessoas são (e partidos) . Mortágua, que tal criar um imposto BE para cobrar aos associados para pagar as contas do partido à semelhança do que defendeste para os IMI dos bens da empresas? Na minha opinião um partido que dá prejuízo não pode ter cargos públicos… porque significa má gestão… e quem não sabe gerir os dinheiros particulares não sabe nem pode gerir dinheiros públicos!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.