Líder dos sociais-democratas é membro do Parlamento Europeu, e está com dificuldades em abandonar o cargo. Os colegas de partido estão descontentes: “é um erro”.
No domingo à noite, as eleições na Lituânia não deixaram dúvidas: 52 dos 141 lugares do Parlamento foram assegurados pelo partido de esquerda, o LDSP, liderado pela eurodeputada Vilija Blinkevičiūtė.
“Não tenho capacidade para ser primeira-ministra, dada a minha idade e saúde”, disse agora Blinkevičiūtė numa reunião da direção do partido. Esta quarta feira, a eurodeputada rejeitou o cargo, mas garantiu que se manteria no Parlamento Europeu.
Blinkevičiūtė rejeitou também um assento no parlamento lituano. Acrescentou qeu estava “convencida de que seria difícil para um primeiro-ministro de quase 65 anos desempenhar as suas funções”.
“Eu sou reformada e, durante todo o período eleitoral, percebi realmente o trabalho de responsabilidade que seria, o quanto exigiria em termos de saúde e força“, continuou, e concluiu que não tem qualquer vontade de “ocupar um cargo só por ocupar”.
Ainda no início desta semana, o presidente lituano, Gitanas Nausėda, disse que não revelaria as razões de Blinkevičiūtė e garantiu que a líder social-democrata poderia ocupar temporariamente o cargo de primeira-ministra e entregá-lo mais tarde.
No domingo, a eurodeputada garantira assumir o cargo caso vencesse as eleições, mas com pouca convicção: na segunda feira de manhã, em conferência de imprensa, mostrou as suas dúvidas.
“Todas as circunstâncias serão pesadas, tudo isto será avaliado e depois será tomada uma decisão no nosso presidium [órgão de direção da Câmara dos Oficiais de Justiça]… Vamos pôr fim à posição de primeiro-ministro por agora“, dissera Blinkevičiūtė.
Face à situação, alguns membros partido social-democrata tinham-se já pronunciado antes da decisão, incluindo o ex-eurodeputado Juozas Olekas, que pensa que desistir deste cargo é “um erro”: “Seria um erro. E devemos trabalhar arduamente para recuperar a confiança das pessoas que agora nos é dada”, disse ao órgão de comunicação do país LRT.
Olekas foi apontado por alguns como possível substituto mas, de acordo com o 15min, órgão de comunicação lituano, mas a indicação de Blinkevičiūtė recai sobre Gintautas Paluckas, deputado do LDSP e possivelmente o futuro primeiro-ministro da Lituânia: “é o melhor candidato com a experiência e as qualidades necessárias para um primeiro-ministro”, disse a eurodeputada.