Bitcoin: o que aconteceu a quem perdeu muito dinheiro? “Pouco se sabe”

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ZAP // DALL-E-2

Criptomoeda em ascensão, euforia pode criar “excessos absurdos”. Há quem avise: este método continua a não ser adequado, nem útil.

É uma valorização inédita em mais de dois anos, é uma confiança como não se via desde Outubro de 2021.

A bitcoin está de volta e o valor da circulação de todas as bitcoins ultrapassou há poucos dias o bilião de dólares, cerca de 929 mil milhões de euros.

Prevê-se um crescimento contínuo no preço do bitcoin durante os próximos meses, impulsionado pelo halving – metade de Bitcoins no mercado, o limite no fornecimento é outro; e isso costuma aumentar a valorização da Bitcoin nos meses seguintes.

Por cá, há jovens portugueses que acreditam nas criptomoedas; e vendem uma leitura da sua íris por, no mínimo, 10 tokens WLD (aproximadamente 70 euros).

Acreditam que é dinheiro fácil.

“Nesta fase parece haver poucos limites para as fantasias de preços dos investidores”, comenta Timo Emden, analista de criptografia, no jornal Handelsblatt.

Mas há riscos que não desapareceram. Provavelmente até aumentam agora.

O mesmo jornal alemão reconhece os valores positivos, descreve um “regresso espectacular” que cria “euforia”. Mas a confiança pode originar “excessos absurdos”.

Falta educação financeira

No El País, Santiago Carbó Valverde também tem noção de que a Bitcoin está a ser um assunto por todo o lado, de novo.

Mas insiste: as criptomoedas continuam a “não ser adequadas para a maioria dos comerciantes, nem úteis como meio de pagamento”. E são um activo “totalmente desprotegido“.

“Algo está a falhar na educação financeira”, avisa o professor de economia, justificando: “As possibilidades de lucro estão sobrevalorizadas e as possíveis perdas não são suficientemente ponderadas. Por ser um instrumento tão pouco transparente, pouco se sabe sobre quem perdeu muito dinheiro neste mercado”.

Santiago destaca que este entusiasmo está gerado à volta de um “instrumento de compreensão complexa, quase inexplicável na teoria convencional dos activos financeiros”.

“Também não existem novos fundamentos teóricos que nos permitam compreender a sua procura e surpreendente valorização. As advertências de reguladores e economistas têm todos os motivos para existirem”, completa o especialista.

E Santiago Carbó Valverde reforça a sua perspectiva com outro alerta: cuidado com a “montanha-russa” nos valores. A bitcoin está em ascensão mas continua a ser “volátil e perigosa”. A especulação e a manipulação tomam conta do mercado e, subitamente… nova queda significativa. Como em tantos outros assuntos, claro.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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3 Comments

  1. Falta literacia financeira, mas existem manuais desde o 1º ciclo ao ensino secundário sobre a mesma. Porque não é lecionada? Porque nenhum governo (nem nenhum banco) quer que as pessoas sejam financeiramente educadas, nem saibam como evitar o endividamento (desnecessário). Como iriam sobreviver os bancos se a população soubesse gerir os seus bens? Mais, como iriam os governantes conseguir impor leis e taxas de forma lucrativa para os seus “bolsos”? Pois, não convém mesmo NADA! Haja redes sociais, bola e circo para entreter o “r3b4nh0” e o manter controladinho…

  2. Ora nem mais, isto é um assunto que não interessa ao Poder financeiro ( que por sua vez controla o Poder Político)
    e tudo vão tentando para o descredibilizar…
    No entanto (quem esta´por dentro do assunto), já não duvida que o mercado digital irá a muito breve prazo, concorrer e até sobrepor-se ao sistema tradicional.
    E o medo deles é, que se vão acabar as Tetas para o poder instalado…
    Diria até, que a Nova Democracia (tão necessária), passará por esta mudança…

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  3. Mais uma publicação de alguém que não percebe nada do assunto mas como tem de entregar “trabalho” dá nisto, de facto alguém sem literacia financeira

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