Dois biólogos da Universidade de Aveiro (UA), desenvolveram códigos de ADN para marcas, uma tecnologia inovadora que pode ser aplicada em qualquer produto para impedir a contrafação.
Projetados no Laboratório de Estudos Moleculares e Ambientes Marinhos (LEMAM) da UA, os códigos DNAprove podem ser aplicados em qualquer superfície e inseridos em qualquer produto, desde uma obra de arte, a uma peça de roupa ou a um telemóvel, e constituem etiquetas moleculares únicas, de fácil e barata produção e impossíveis de falsificar.
A tecnologia dos biólogos Newton Gomes e Francisco Coelho, da Universidade de Aveiro, permite que, caso a originalidade de qualquer produto que incorpore os códigos seja posta em causa, basta recolher uma amostra do ADN da etiqueta com um simples cotonete, enviar para o laboratório e esperar pelos resultados da autenticação.
Segundo os dois investigadores, o segredo está na dificuldade em ler as etiquetas moleculares sem a chave única de cada código, o que impossibilita a sua replicação e aplicação em produtos falsificados.
Newton Gomes, responsável pelo LEMAM, refere que as perdas devido a contrafação e falsificação têm vindo a aumentar, provocando avultados prejuízos no comércio internacional.
“Não é só um maior número de produtos contrafeitos que está a penetrar as cadeias de distribuição, é também uma cada vez maior perfeição nos produtos falsificados, existindo mesmo alguns casos em que nem o próprio fabricante consegue distinguir o produto que fabrica do produto falsificado”, observa.
Para contrariar a tendência, os códigos de ADN da UA já estão patenteados e prontos a entrarem no mercado.
A tecnologia criada na Universidade de Aveiro produz códigos de ADN a partir da variabilidade de ADN existente na natureza, permitindo criar um código único para cada empresa, ou para cada linha de produtos.
O conceito é semelhante ao código de barras tradicional, sendo que neste caso, a informação está codificada no ADN e não nas barras.
Um dos próximos passos dos investigadores é o da criação de uma tecnologia que permita a verificação da autenticidade no local, seja numa loja, numa feira, ou numa fábrica suspeita de falsificar.
A tecnologia está já em protótipo e a Unidade de Transferência de Tecnologia da Universidade de Aveiro procura agora parceiros de negócio que a queiram implementar nas suas empresas e produtos.
/Lusa