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Biólogo cria flor de vidro para desvendar segredo da língua do beija-flor

Allissondias / Wikimedia

Beija-flor de barriga branca (Amazilia leucogaster)

O biólogo Alejandro Rico-Guevara quis pôr à prova a teoria de que os beija-flor se alimentam através da “ação capilar”.

Os beija-flores são considerados os pássaros mais rápidos do mundo. Um estudo publicado em 2009 revelou que estes animais chegam a voar mais rápido do que caças. Mas isso tem um custo: a cada 15 minutos, os pássaros têm que parar para se alimentar.

As batidas ultra-rápidas das suas asas – até 80 vezes por segundo – permitem-lhes flutuar no ar e alimentar-se do néctar das flores. Mas como?

Pensava-se que o néctar era sugado para o bico por “capilaridade” ou “ação capilar”, propriedade física pela qual os fluidos sobem ou descem em tubos muito finos. Mas o biólogo Alejandro Rico-Guevara, da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, decidiu pôr essa teoria à prova, avança a BBC.

Para isso, o biólogo criou uma flor feita de vidro e descobriu que a forma como os beija-flores se alimentam não está relacionada com a “ação capilar”. Na verdade, a língua de um beija-flor agita-se para dentro e para fora do bico 15 vezes por segundo.

A língua destes animais está dividida em duas, como a de uma cobra, e o néctar é sugado para dentro do bico. Funciona como uma espécie de bomba de sucção. No bico, a língua é comprimida e permanece assim até se expandir novamente.

Quando toca o néctar, divide-se num movimento rápido e suga o líquido. Ao contrair, assume a forma de dois cilindros, cheios de néctar. Segundo Rico-Guevara, a sua câmara filma mil frames por segundo, permitindo registar o momento em câmara lenta.

ZAP //

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