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Biologia sintética pode levar a uma catástrofe global no futuro

Apesar dos aspetos positivos da evolução da biologia sintética, há certas preocupações que este avanço científico acarreta. Nas mãos erradas, a modificação genética de um vírus pode ser um problema de grandes dimensões.

A cepa da gripe, H5N1, tem uma maior taxa de mortalidade do que, por exemplo, o vírus Ébola. No entanto, apenas foi responsável pela morte de cinco pessoas nos últimos três anos, uma vez que é pouco contagioso entre humanos.

Todavia, em 2011, duas equipas de cientistas decidiram tentar “reanimar” este vírus, alterando o genoma da H5N1. O resultado foi um vírus altamente mortal e muito mais contagiante do que a sua versão original.

Nesse mesmo ano, Martin Enserink, um dos responsáveis pela experiência, escreveu um artigo para a revista Science e disse que a libertação do vírus modificado “desencadearia uma pandemia de gripe, possivelmente com muitos milhões de mortes”.

Felizmente o vírus não saiu do laboratório e a humanidade está a salvo por enquanto. O Ars Technica realça que com a galopante evolução da biologia sintética desde então, projetos de alteração de genomas como este se tornaram mais triviais.

Numa TED Talk de abril deste ano, Rob Reid explica o poder que os avanços na biologia sintética podem trazer e sugere uma visão preocupante do futuro.

 

Imagine-se que em 2026, um virologista brilhante cria um vírus altamente letal e transmissível entre os humanos. Para entender melhor as pandemias, projetou também o vírus de forma a que incubasse dentro dos corpos durante meses antes de causar qualquer surto.

Num ambiente controlado, este panorama pode parecer perfeitamente seguro, se tivermos em conta que o virologista é perfeitamente bem intencionado. O problema, segundo Rob, serão mesmo os fatores externos. Caso, por exemplo, a universidade do cientista fosse alvo de um ataque informático, a informação do DNA do vírus poderia ser hackeada e exposta online.

Com a evolução da biologia sintética, ferramentas cada vez mais poderosas e de fácil acesso estariam disponíveis. Assim, pessoas com um menor intelecto poderiam modificar o vírus e torná-lo numa autêntica arma. De acordo com Reid, este poderá ser um problema que se pode manifestar já em meados deste século.

Mas quem estaria disposto a cometer um assassinato desta escala? Para responder a esta pergunta é importante considerar a quantidade de pessoas que morrem por atos de violência que procuram matar o maior número de pessoas possível. Assim, Reid explica que estes assassinatos não são limitados pela consciência ou ambição, mas sim pela limitação das armas a que têm acesso.

ZAP //

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