Benfica 1-3 Sporting | Lição táctica de Amorim verga “mentor”

Uma verdadeira lição táctica e estratégica. O Sporting foi ao Estádio da Luz bater o Benfica por esclarecedores 3-1, num jogo em que os campeões nacionais controlaram por completo o seu adversário nos diversos momentos de jogo.

As duas equipas criaram lances de perigo, mas os dos visitantes figuraram-se como de mais simples concretização, em especial os dois da segunda parte, com o contra-ataque a isolar Paulinho e Matheus Nunes.

Pablo Sarabia fez o golo da primeira parte, Pizzi fechou a contagem, num jogo com três bolas aos ferros e no qual ficou patente que as ideias de Rúben Amorim estão muito mais diluídas no plantel leonino que as de Jorge Jesus nos “encarnados”.

O Sporting entrou na Luz com a mentalidade de campeão. Mesmo sem duas peças importantes, Palhinha e Coates, os “leões” começaram em força, a pressionar muito alto e marcaram cedo, aos oito minutos, por Pablo Sarabia, a passe de Pedro Gonçalves.

Um arranque de jogo quente, empolgante, mas também duro, com vários amarelos, o primeiro a Feddal logo no primeiro minuto.

Estranhamente, sabendo da capacidade leonina para aproveitar a profundidade com passes longos, o Benfica deu sempre muitos espaços, não só em relação aos jogadores do Sporting, mas inclusive nas costas da defesa.

Os da casa não conseguiam criar perigo, sem presença sequer na área frente a uma defesa habitualmente sólida, o Sporting mandava nos acontecimentos: Pedro Gonçalves acertou no poste aos 37 minutos e Paulinho marcou em cima do intervalo, mas o lance foi anulado por fora de jogo.

Sete amarelos na primeira parte, cinco para os visitantes, numa etapa inicial na qual Pablo Sarabia foi o MVP, com um golo, uma flagrante criada e um rating de 6.6.

Completamente manietado, o Benfica viu-se obrigado a mudar, Jorge Jesus fez um “reset” e tirou Lázaro, lançando Yaremchuk e um regresso ao 4-4-2.

Aos 59 minutos, na sequência de um canto, Darwin cabeceou ao poste e, aos 62, o uruguaio serviu João Mário, que permitiu a defesa de Adán.

Mas o Sporting é letal no contra-ataque e, logo a seguir, fez o segundo, por Paulinho, isolado perante Vlachodimos.

Rafa respondeu no lance seguinte, atirando à barra quando tinha tudo para marcar, mas o 3-0 surgiu mesmo aos 68 minutos, por Matheus Nunes, completamente isolado.

Tudo decido, mas tempo ainda para um grande golo de Pizzi de fora da área, nos descontos.

Rodrigo Antunes / Lusa

Melhor em Campo

Que grande jogo de Matheus Nunes. O médio leonino esteve em todo o lado e rubricou uma exibição portentosa, a defender, a atacar, a organizar.

O seu GoalPoint Rating de 7.7 reflecte não só o golo que marcou, mas também uma assistência, concluindo três de sete tentativas de drible e realizando cinco conduções aproximativas.

Encheu o campo e, com a sua ajuda, nem se notou a falta de João Palhinha.

Destaques do Benfica

Pizzi 6.7 – O experiente benfiquista esteve apenas dez minutos em campo, o suficiente para “sacar” o melhor rating dos homens da casa, o que por si diz alguma coisa sobre os demais. O seu grande golo, de fora da área, valeu sozinho pela nota.

João Mário 6.2 – O meio-campo do Sporting (… bom todos os sectores) foi superior ao do Benfica, ainda assim, o médio “encarnado” teve uma exibição positiva. Ao todo somou quatro passes para finalização, máximo do jogo, fez cinco passes ofensivos valiosos, completou 95% dos passes que realizou, três de cinco tentativas de drible e fez cinco conduções aproximativas. Ainda falhou uma flagrante.

Gilberto 5.6 – Cerca de 20 minutos em campo deu para o brasileiro fazer três recuperações de posse e dois desarmes.

Álex Grimaldo 5.5 – Bem tentou levar a equipa para a frente pelo seu flanco, mas com as “setas” leoninas no contra-ataque, notou-se um espanhol um pouco receoso em subir em demasia. Ainda assim somou quatro acções com bola na área contrária, completou três de sete tentativas de drible e foi obrigado a quatro acções defensivas no meio-campo contrário e outros tantos desarmes.

Darwin Núñez 5.5 – Lutou muito, nem sempre com a cabeça fria que se exige. Ainda assim acertou uma vez no poste, criou uma ocasião flagrante e somou o máximo de acções com bola na área contrária. Muitas vezes esteve sozinho contra “o mundo”, daí as três conduções aproximativas e duas super aproximativas.

Rafa Silva 5.1 – Aquela bola ao ferro, um falhanço incrível, corta bastante a nota final de Rafa, que foi dos mais inconformados. O avançado somou seis acções com bola na área contrária e completou quatro de nove tentativas de drible.

Everton “Cebolinha” 4.7 – Sete dribles completos em dez, um número de grande qualidade… mas lances que acabaram por ser inconsequentes. O brasileiro jogou muito longe da área e pouco acrescentou.

Julian Weigl 4.3 – A pior nota do jogo. O alemão foi presa fácil para o meio-campo leonino, tendo sido driblado cinco vezes, três no primeiro terço, máximo do jogo.

Destaques do Sporting

Pablo Sarabia 7.0 – Grande golo do atacante espanhol, de primeira, após um cruzamento tenso. Sarabia fez três remates, criou uma ocasião flagrante em três passes para finalização e quatro passes ofensivos valiosos.

Luís Neto 6.6 – Mais um jogo de qualidade de Neto, apesar das quatro perdas de posse no primeiro terço. O central ganhou os três duelos aéreos em que participou e somou nove alívios.

Pedro Porro 6.5 – Passar por Porro neste jogo foi tarefa complicada. O espanhol esteve muito bem defensivamente, somando incríveis 14 recuperações de posse (máximo do jogo), seis desarmes e três intercepções. A nota é afectada pelos seis dribles que consentiu.

Paulinho 6.5 – Desta feita, o avançado português não desperdiçou as suas ocasiões. O seu trabalho de pressão foi fundamental para prejudicar a primeira fase de construção do Benfica e na única grande oportunidade que teve, marcou – até bisou, mas viu um golo anulado.

Manuel Ugarte 6.4 – “Ah e tal, sem Palhinha não dá”. Mas deu. O médio uruguaio sempre foi mais de condução do que de trabalho duro defensivo, mas foi preciso mudar e Ugarte fê-lo, somando incríveis oito acções defensivas no meio-campo contrário, quatro desarmes, cinco intercepções e seis bloqueios de passe, tudo máximos do encontro.

Gonçalo Inácio 6.4 – “Ah e tal, sem Coates não dá”. Mas deu. O jovem jogou como central do meio e mostrou ter a lição bem estudada, nunca vacilando. Ganhou três de cinco duelos aéreos defensivos, somou nove alívios e dois bloqueios de remate.

Ricardo Esgaio 6.1 – Jogou pouco mais de meia-hora, mas mostrou uma leitura de jogo impecável nas dobras aos colegas. Foi pouco tempo, mas o suficiente para terminar com uma assistência.

Antonio Adán 5.8 – O Benfica pode ter atacado muito, mas só enquadrou três remates. Adán acabou por não ter assim tanto trabalho e pouco ou nada poderia ter feito no golo de Pizzi. Fez duas defesas, ambas a remates na sua grande área.

Matheus Reis 5.5 – O brasileiro começou no corredor esquerdo, terminou a central pela lesão de Feddal. Sem deslumbrar, fez cinco recuperações de posse e dois desarmes.

Pedro Gonçalves 5.3 – Poder-se-ia dizer que este não foi o jogo de “Pote”, mas só nos golos. Aquele passe para o tento de Sarabia vale por si só a titularidade, e ainda completou quatro de nove tentativas de drible. Desperdiçou uma ocasião flagrante e acertou no poste.

Feddal 4.9 – Jogo estranho do marroquino. Em cerca de 50 minutos em campo teve apenas 11 acções com bola e fez oito passes, e não registou qualquer acção defensiva. Ainda assim, o Benfica sentiu problemas para passar a defesa leonina… Saiu lesionado.

Resumo

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