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Há uma nova explicação para o facto de bebés amamentados terem sistemas imunitários mais saudáveis

Um novo estudo realizado por investigadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, descobriu que o leite materno promove o crescimento de importantes células imunitárias que ajudam a controlar eventuais inflamações.

De acordo com o site Science Alert, o estudo analisou as funções imunitárias de 38 recém-nascidos, todos nascidos por cesariana. Os bebés foram distinguidos pelo facto de terem sido amamentados, alimentados com fórmula infantil ou uma mistura de ambos. As amostras de sangue e das fezes também foram recolhidas em dois momentos: no nascimento e três semanas depois.

A diferença entre as células T dos dois grupos – um tipo de glóbulo branco que ajuda a manter o controlo das respostas imunitárias – foi profunda. Os bebés que foram exclusivamente amamentados viram o número de células duplicar em três semanas, em comparação com os que foram alimentados só com fórmula infantil.

As próprias células T também mostraram uma maior expressão de um marcador ligado ao aumento da atividade supressora. E a sua atividade também parecia especialmente virada para atuar especificamente contra o corpo da mãe.

O leite materno dá aos bebés uma variedade de antimicrobianos e nutrientes que fornecem ao sistema imunitário do recém-nascido tudo o que precisa para combater eventuais infeções. Mas o próprio processo de amamentação está longe de ser estéril, transferindo não apenas a microflora da pele da progenitoras, mas muitas das suas próprias células.

Aumentar as células T reguladoras para proteger o bebé contra as células perdidas da sua mãe pode ser uma forma de garantir que este se mantém saudável.

Ainda não se sabe exatamente porque é que o leite tem este efeito. Mas uma observação feita pelos cientistas neste último estudo, publicado a 12 de janeiro na revista científica Allergy, pode dar uma pista.

A equipa notou que bactérias intestinais específicas, conhecidas por apoiar a função reguladora das células T, eram mais abundantes no sistema digestivo dos recém-nascidos que eram amamentados.

“Esperamos que esta descoberta inestimável leve a um aumento nas taxas de amamentação e faça com que mais bebés se beneficiem das vantagens de receber leite materno”, afirmou Gergely Told, neonatologista da Universidade de Birmingham e um dos autores do estudo.

“Mas, ao mesmo tempo, esperamos que estes resultados contribuam para otimizar a composição do leite em pó para explorar esses mecanismos imunitários”, acrescentou.

ZAP //

 

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