Beber com amigos é mais fixe. Moscas bêbadas provam-no

Moscas que foram expostas ao álcool em grupo exibiram significativamente mais movimento e hiperatividade em comparação com as que “beberam sozinhas”.

Um estudo recente da Universidade do Texas em El Paso (UTEP) esclareceu a razão pela qual beber álcool em contextos sociais tende a ser mais agradável do que beber sozinho.

A investigação, publicada na revista Addiction Biology, revela que o consumo social de álcool desencadeia a libertação de dopamina no cérebro, um neurotransmissor associado à sensação de euforia, que é menos pronunciada quando se bebe sozinho.

O estudo utilizou moscas da fruta (Drosophila) como modelos, devido às suas semelhanças genéticas com os seres humanos, nomeadamente em genes relacionados com doenças.

As moscas foram expostas ao vapor de etanol, quer isoladamente, quer em grupo. Os investigadores mediram a velocidade de movimento das moscas para avaliar as suas reações ao álcool.

As moscas que foram expostas ao álcool em grupo exibiram significativamente mais movimento e hiperatividade em comparação com as que “beberam sozinhas”, que mostraram apenas um ligeiro aumento de atividade.

Uma análise mais aprofundada dos níveis de dopamina das moscas intoxicadas revelou, segundo o New Atlas, que os ambientes sociais amplificam significativamente os efeitos do álcool.

As moscas com níveis aumentados de dopamina em ambientes de grupo demonstraram uma hiperatividade ainda maior. Esta resposta acrescida estava ligada ao recetor D1 da dopamina, um recetor já associado aos mecanismos de aprendizagem, memória e recompensa no cérebro.

Os resultados do estudo estão em consonância com os conhecimentos existentes sobre o gene humano do recetor D1, que tem sido associado ao AUD. A identificação deste recetor no estudo fornece uma base para futuras investigações sobre tratamentos específicos para o AUD.

De acordo com as estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2019, cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo, ou 7% da população com 15 anos ou mais, vivem com AUD. Os co-autores do estudo, Dr. Kyung-An Han e Dr. Paul Rafael Sabandal, acreditam que suas descobertas podem informar novas abordagens para o tratamento de AUD, visando as regiões cerebrais específicas e os recetores envolvidos nas respostas sociais e dopaminérgicas ao álcool.

ZAP //

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