Bebé sem rosto. Administração Regional de Saúde não tem convenção com clínica de obstreta suspenso

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) disse esta segunda-feira que não tem qualquer convenção com a clínica Ecosado, onde o obstetra Artur Carvalho fez as ecografias do bebé que nasceu com malformações.

Em comunicado, citado pelo semanário Expresso, a Administração Regional de Saúde “informa que, de acordo com o registo de entidades convencionadas com esta Administração, a Clínica Ecosado – Serviços de Ginecologia e Obstetrícia, Lda. não possui qualquer convenção com a ARSLVT” para a realização de exames.

A ARSLVT, responsável pela celebração de convenções com clínicas privadas para a realização de exames na sua área, sublinha que está “a acompanhar os esforços das diversas entidades na investigação deste caso concreto e a desenvolver as suas próprias diligências, dada a existência de indícios da prática de irregularidades“.

Nesse sentido, lembra que iniciou no passado dia 17 de outubro um processo de inquérito no âmbito das suas competências. O Ministério Público abriu também um inquérito, no seguimento de uma queixa entretanto apresentada pela mãe do bebé Rodrigo.

O médico Artur Carvalho acompanhou a mãe de Rodrigo durante a gravidez e não detetou malformações nas três ecografias realizadas na clínica privada. O bebé nasceu a 7 de outubro no Hospital de São Bernardo sem olhos, sem nariz e sem uma parte do crânio. O bebé tem hoje 17 dias de vida, apesar de o prognóstico inicial lhe dar apenas algumas horas de vida.

Só num exame feito noutra clínica, uma ecografia 5D, os pais foram avisados para a possibilidade de haver malformações. Questionaram o médico que os seguia, que lhes garantiu que estava tudo bem.

Segundo a Ordem, o médico em causa tem oito processos em instrução no conselho disciplinar sul da Ordem. Os pais do bebé fizeram três ecografias com o médico em causa, sem que lhes tivesse sido reportada qualquer malformação.

Além deste caso do bebé de Setúbal que nasceu sem rosto, o obstetra está também implicado num caso de uma bebé que nasceu com duas vaginas, dois retos, dois úteros, espinha bífida e só um rim. A menina “já vai para a sexta cirurgia”.

O médico também já respondeu por acusações após um parto que culminou com a morte de um bebé com seis meses de vida. Acabou ilibado das acusações. Este caso reporta a uma gravidez de alto risco de uma mulher de 38 anos que deu entrada no Hospital de Setúbal, em maio de 2007, com problemas de hipertensão.

A grávida ficou internada e foi-lhe induzido o parto, mas não tendo ainda dilatação suficiente para a criança nascer, acabou por ficar várias horas no serviço de urgência, durante o turno do obstetra.

Foi um enfermeiro que, após cerca de 4 horas em trabalho de parto, detetou que o feto não apresentava batimentos cardíacos. Perante a situação, teve de ser realizada uma cesariana de urgência. O bebé acabou por morrer ao fim de seis meses de vida.

ZAP //

 

 

 

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