O governador do Banco de Portugal disse hoje que tanto o BdP como o Fundo de Resolução são “contrários” ao pagamento de prémios à gestão do Novo banco e afirmou que o valor será “deduzido” à chamada de capital.
“O valor destinado a prémios no Novo banco vai ser este ano, à imagem do que sucedeu no ano passado, deduzido à chamada de capital do Novo Banco”, referiu Mário Centeno durante a apresentação do Boletim Económico de maio, em resposta a uma questão sobre os prémios de gestão à equipa liderada por António Ramalho.
Neste contexto, precisou, o Fundo de Resolução (FdR) e o Banco de Portugal (BdP) “são contrários à determinação deste pagamento [de prémios] num momento em que o Novo banco devia pugnar pela preservação do seu capital” para poder apoiar a economia.
Ministério das Finanças considera inadequados os prémios de gestão
As Finanças consideram inadequado o pagamento de prémios aos administradores do Novo Banco e disseram acreditar que o Fundo de Resolução irá descontar esse valor na chamada de capital, o que o Banco de Portugal já disse entretanto que acontecerá.
A Lusa questionou o Ministério das Finanças sobre os bónus de 1,86 milhões de euros a pagar aos membros do Conselho de Administração executivo do Novo Banco, referentes ao ano de 2020, tendo o gabinete liderado por João Leão considerado que “não é adequada a prática de atribuição de prémios de gestão do Novo Banco”.
O Ministério das Finanças afirmou ainda que “acredita que o Fundo de Resolução atuará em conformidade com as decisões tomadas no ano anterior no contexto da verificação dos pressupostos inerentes ao cumprimento dos compromissos contratuais existentes”.
O Novo Banco divulgou na terça-feira à noite o relatório e contas de 2020, através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), documento em que é dito que o banco vai atribuir bónus aos gestores referente a 2020 de 1,86 milhões de euros. O pagamento do prémio será diferido para 2022, após concluída a reestruturação do banco.
O Novo Banco foi criado em agosto de 2014 na resolução do Banco Espírito Santo (BES). Em 2017, aquando da venda de 75% do banco à Lone Star, foi criado um mecanismo de capitalização contingente, pelo qual o Fundo de Resolução se comprometeu a, até 2026, cobrir perdas com ativos ‘tóxicos’ com que o Novo Banco ficou do BES até 3.890 milhões de euros.
O Novo Banco já consumiu 2.976 milhões de euros de dinheiro público e, pelo contrato, pode ir buscar mais 914 milhões de euros.
O banco teve prejuízos de 1.329,3 milhões de euros em 2020, um agravamento face aos 1.058,8 milhões registados em 2019. Já quanto ao valor a pedir ao Fundo de Resolução, o Novo Banco indicou que serão 598,3 milhões de euros.
“Os portugueses estão atentos”
Sobre o assunto, o Presidente da República considera que quem está à frente de entidades privadas com implicações nos cofres públicos deve pensar nas implicações das suas decisões.
“Quem direta ou indiretamente tem alguma coisa a ver com garantias públicas, que é uma forma – ainda que remota – de compromisso por parte do Estado, dos cidadãos, deve ter presente isso nas suas decisões”, afirmou o Presidente da República num evento no Porto, quando questionado pelos jornalistas sobre a remuneração variável atribuída ao conselho de administração executivo liderado por António Ramalho no Novo Banco.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu, citado pelo Expresso, que devem ter presente que as instituições, mesmo não sendo públicas, podem depender de decisões públicas. “E os portugueses – todos os cidadãos portugueses – naturalmente estão atentos àquilo que implicam essas decisões públicas”.
O Chefe de Estado não quis adiantar mais nada, dizendo apenas que a sua opinião “faz parte do bom senso universal”.
ZAP // Lusa
Eles querem la saber que o valor vai ser deduzido, quando quiserem mais é só pedir e la vai mais uma injecçãozita!
Neste caso, nem se trata de deduzir coisa alguma, simplesmente não deve ser atribuído qualquer prémio monetário à equipa de gestão, pois o Estado já tem injetado muito dinheiro no Novo Banco, e desse dinheiro não é para pagar prémios a ninguém, uma vez que sai dos bolsos dos contribuintes. Eles não recebem o seu salário ao fim do mês? O Estado injeta milhões no Novo Banco e permite que a Caixa Geral de Depósitos aumente forte nas comissões bancárias. Esta é outra que não se entende.
isto é um verdadeiro roubo. Mas estes gestores da treta já não recebem o suficiente para gerir mal?
Gerir uma empresa com o dinheiro dos outros é a coisa mais fácil deste mundo. O Bes os antigos gestores e os atuais não passam de verdadeiros ladrões.
Já teria saído mais barato nacionalizar … os liberais fundamentalistas do mercado, supostamente, “livre” que façam as contas. Ou em vez de andarem atentos andam “a tinto” ? Venha a cassete!!!
Pois… a magnifica gestão privada, tanto apadrinahda pelos “liberais dos mercados”, continua a mostrar os belos resultados que estão à vista de todos!…