O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as taxas de juro, esta quinta-feira, e reduzir o ritmo das compras semanais do Pandemic Emergency Purchase Programme (PEPP) no quarto trimestre, em comparação com os trimestres anteriores, porque as condições de financiamento melhoraram.
“Com base numa avaliação conjunta das condições de financiamento e das perspetivas de inflação”, o Conselho do BCE considera que as condições de financiamento favoráveis podem ser mantidas com um “ritmo ligeiramente inferior de aquisições” do PEPP relativamente aos dois trimestres anteriores, disse o BCE, em comunicado.
O Conselho do BCE também confirmou a manutenção das taxas de juro, as indicações sobre possíveis desenvolvimentos futuros, outras aquisições de dívida, as políticas de reinvestimento e as operações de refinanciamento de longo prazo.
Segundo o jornal Público, isto significa que o BCE, que desde março vinha a realizar compras de ativos, principalmente títulos de dívida pública dos Estados da zona euro, num montante próximo de 80 mil milhões por mês, irá, no final do ano, baixar este montante.
De qualquer forma, o BCE destaca que a grande parte das medidas de estímulo adotadas devido à pandemia se mantém em vigor, sem alterações nos prazos para a sua retirada.
Esta quinta-feira, o Banco Central Europeu também subiu a previsão de crescimento para a zona euro para 5% em 2021, num contexto de recuperação económica após o impacto da pandemia.
Lagarde também afirmou que a economia da zona euro deverá ultrapassar o nível de antes da pandemia até ao final deste ano e que taxa de inflação pode ultrapassar 2% este ano.
A presidente do BCE afirmou ainda que “o impacto da pandemia é menos duro”, mas que a variante Delta poderá atrasar a abertura total da economia.
Contudo, os peritos do BCE baixaram ligeiramente a previsão de crescimento para 2022 de 4,7% para 4,6% e deixaram inalteradas em 2,1% as expectativas para 2023.
Em relação à taxa de inflação, o BCE reviu as previsões de inflação para 2021, 2022 e 2023 na zona euro, vendo os preços subirem para 2,2% este ano, acima da meta a médio prazo da instituição sediada em Frankfurt, disse a presidente. A inflação, que se esperava ser de 1,9% até agora, deverá atingir 1,7% em 2022 e 1,5% em 2023.
Mas o BCE ainda acredita que o atual aumento da inflação é “em grande parte temporário”, acrescentou Lagarde.
ZAP // Lusa