O diretor-geral da BBC rejeita todas as acusações de enviesamento durante as eleições britânicas, insistindo que a emissora tem a confiança do público.
Numa primeira resposta às acusações de enviesamento político da BBC, através de um artigo no The Telegraph, o diretor-geral da emissora britânica, Lord Hall, afirma que esta continua a ser “a inveja do mundo” e que o facto de a cobertura eleitoral ter provocado tanto a ira de conservadores como de trabalhistas prova a sua imparcialidade.
“Claro que enfrentamos algumas críticas sobre a nossa cobertura eleitoral. É o que se espera de uma cadeia noticiosa nacional. Onde pudermos melhorar, e onde precisarmos de melhorar, nós melhoramos. Mas só o facto de as críticas terem surgido de todos os lados políticos mostra que estamos a fazer o nosso trabalho sem medo ou favor”, escreveu, citado pelo Observador.
Durante a campanha eleitoral, o Partido Conservador chegou mesmo a pedir uma revisão interna da imparcialidade da BBC, ameaçando boicotar o programa Today, da Rádio 4, no qual foi transmitido um “monólogo” de um jornalista, depois de o primeiro-ministro se ter recusado a conceder-lhe uma entrevista.
No entanto, escreve o jornal online, o Partido Trabalhista também se queixa da alegada imparcialidade da emissora britânica, tendo dado como exemplo o momento em que o jornalista Alex Forsyth se referiu à maioria absoluta de Boris Johnson como algo que o primeiro-ministro “merecia”.
Num período de duas semanas de campanha eleitoral, a BBC recebeu 24.435 queixas. Posteriormente, o Governo britânico já equacionou a hipótese de rever a contribuição que os cidadãos pagam à cadeia estatal.
No passado dia 12 de dezembro, Boris Johnson garantiu a maioria absoluta e venceu oficialmente as eleições legislativas. Na semana passada, o novo Parlamento aprovou o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia (UE) na generalidade.
Com 358 votos a favor e 234 contra, o Governo do Partido Conservador, que tem atualmente uma maioria de 80 deputados na Câmara dos Comuns, conseguiu ver a sua proposta aprovada, depois de mais de um ano de paralisação, sem haver acordo aprovado no Parlamento britânico.
Assim, o país deverá conseguir concretizar o Brexit antes de 31 de janeiro de 2020.