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Bayern vs Benfica | Novemberfest no adeus à Champions

Lukas Barth-Tuttas / EPA

O Benfica perdeu todas as hipóteses de atingir os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, mercê de uma derrota pesada por 5-1 no reduto do Bayern de Munique.

A formação benfiquista nunca soube lidar com as movimentações colectivas, nem individuais, dos homens da Baviera, e saíram vergados a uma goleada.

Os alemães terminaram a partida com uma extraordinária eficácia ofensiva – dez remates enquadrados em 14 -, dadas as facilidades defensivas dadas pelos “encarnados”, e justificaram os números.  Ainda assim, e com a vitória do Ajax na Grécia, as “águias” garantiram a passagem à Liga Europa. 

Para os adeptos do Bayern a visita “encarnada” acabou por revelar-se um verdadeiro “Novemberfest”, fazendo esquecer o mau momento que também os bávaros vinham atravessando.

O Jogo explicado em Números

  • O jogo parecia mais ou menos controlado por parte do Benfica, que até tinha 53% de posse de bola por volta dos 13 minutos, altura em que o Bayern chegou ao primeiro golo. Arjen Robben construiu uma excelente jogada individual na direita, flectiu para o meio e rematou forte e colocado de pé esquerdo, no típico lance que o define. Um golo ao segundo remate, primeiro enquadrado por parte dos bávaros.
  • A pressão do Bayern intensificava-se e, aos 23 minutos, Odysseas Vlachodimos realizou uma extraordinária defesa a remate de Robert Lewandowski, naquele que foi o quarto disparo alemão, terceiro em direcção à baliza. O Benfica continuava em branco em termos ofensivos. Aliás, eram raras as acções com bola das “águias” no último terço, não se registando nenhuma na área anfitriã.
  • Adivinhava-se o segundo tento, que surgiria aos 30 minutos. Transição rápida e Robben a bisar, num lance em tudo semelhante ao primeiro, sem que a defesa do Benfica conseguisse evitar um lance mais ou menos previsível. Nesta altura os alemães registavam seis disparos, quatro com boa direcção, contra apenas uma tentativa benfiquista – apesar de os “encarnados” até terem mais bola (53%).
  • E o terceiro aconteceu pouco depois (36′), por Robert Lewandowski, de cabeça, após canto da direita. Estava complicada a vida do Benfica, perante um Bayern extremamente eficaz no ataque, com quase todos os remates enquadrados.
  • Primeira metade para esquecer da formação “encarnada” que até chegou ao descanso em equilíbrio em termos de posse de bola e uma boa eficácia de passe. Porém, não conseguiu travar Arjen Robben e a sua jogada típica no flanco direito.
  • O holandês bisou e voltou a estar no lance que deu o canto do 3-0. Os bávaros apresentaram uma grande eficácia ofensiva, enquadrando seis dos oito remates que fez.
  • O melhor em campo só podia ser Robben, com um GoalPoint Rating de 7.9, com dois golos em quatro remates e uma ocasião flagrante criada.
  • O Benfica entrou da melhor forma no segundo tempo. Gedson Fernandes foi lançado por Rui Vitória e, no primeiro lance em que entrou em acção, isolou-se e bateu Manuel Neuer para o 3-1, naquele que foi o primeiro remate enquadrado da formação lusa, em quatro disparos.
  • Porém, a resposta bávara foi rápida, com Lewandowski a bisar, de cabeça, novamente após um canto, desta vez da esquerda, ao segundo remate da equipa da casa no segundo tempo, segundo enquadrado. Eficácia tremenda, mas também facilidade em rematar, quase sem oposição.
  • O Benfica melhorou no segundo tempo, com mais remates (dois enquadrados em dois nos primeiros 15 minutos do segundo tempo), mais lances de ataque no último terço do terreno, apesar de ter menos bola, com somente 43% por volta da hora de jogo.
  • Com pouca bola, o Benfica passou a preocupar-se mais em travar as acções ofensivas do Bayern, com algum sucesso, diga-se, mas só até aos 76  minutos, altura em que Franck Ribéry fez o 5-1. David Alaba cruzou atrasado da esquerda e a bola chegou ao francês, que rematou sem oposição. Este foi o quinto disparo do Bayern no segundo tempo, quarto enquadrado – 13-10 no total da partida.
  • A goleada estava consumada, o Benfica estava definitivamente arredado dos oitavos-de-final, com uma exibição muito cinzenta, que permitiu ao Bayern ser o mais eficaz possível em termos ofensivos. No segundo tempo conseguiu travar um pouco os alemães, mas mais pelo recuo no terreno do que outra coisa, entregando totalmente a iniciativa ao adversário.

O Homem do Jogo

A eleição de melhor em campo em Munique não poderia passar ao lado de Arjen Robben e Robert Lewandowski. Os dois jogadores estiveram verdadeiramente endiabrados, mas o ponta-de-lança polaco acabou por destacar-se dos demais, com um GoalPoint Rating de 8.2. O atacante bisou em quatro remates, enquadrou três disparos, registou um passe para finalização, completou as duas tentativas de drible e ganhou três de cinco duelos aéreos ofensivos. Imparável.

Jogadores em foco

  • Arjen Robben 7.2 – Excelente jogo do holandês, que fez os dois primeiros golos da partida, em quatro remates (dois enquadrados). Incrível a forma como flectiu da direita para o centro para facturar duas vezes de pé esquerdo, a jogada que mais o caracteriza, sem oposição por parte dos defensas benfiquistas. Robben criou ainda uma ocasião flagrante de golo, tendo completado apenas uma de quatro tentativas de drible.
  • Odysseas Vlachodimos 6.2 – O guardião do Benfica sofreu cinco golos, mas ainda assim conseguiu ser o melhor da equipa portuguesa, o que diz muito da sua exibição. No total registou cinco defesas, quatro delas a remates dentro da sua grande área, algumas de grande qualidade.
  • Franck Ribéry 7.2 – Tal como Robben, o francês fez o que quis da defesa do Benfica, terminando com um golo em três remates (todos enquadrados), 90% de eficácia de passe e cinco dribles completos em sete tentativas. A sua nota não foi maior porque desperdiçou uma ocasião flagrante de golo.
  • Gedson Fernandes 5.6 – O jovem médio entrou ao intervalo e, na primeira acção do jogo, isolou-se e marcou, denotando que o ambiente na Allianz Arena não o afectou minimamente. Depois de Odysseas foi o melhor do Benfica, tendo falhado apenas um de 13 passes.
  • Gabriel 5.6 – Um jogador “certinho”. O brasileiro destacou-se sobretudo pelos dois dribles completos, as oito recuperações de posse e sete intercepções. De resto, esteve pouco acutilante, aliás, como toda a equipa do Benfica.

Resumo

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