A American Airlines avançou com um processo para tentar travar o skiplagging, um truque usado por passageiros que compram voos com escala mais baratos, sendo a cidade de escala o seu verdadeiro destino.
A American Airlines (AA) iniciou uma batalha legal de alto nível contra o site de viagens Skiplagged, acusando a plataforma de promover uma tática de reserva controversa conhecida como “skiplagging”.
O skiplagging consiste em comprar um voo com escala quando a cidade onde se faz a escala é o verdadeiro destino. Por exemplo, um passageiro no Porto que queira ir a Paris compra um bilhete para Bucareste com escala em Paris — em vez de comprar um bilhete direto mais caro — e sai na capital francesa, sem nunca ter tido a intenção de embarcar para a Roménia.
Esta tática é frequentemente utilizada porque a tarifa de um voo de ligação pode ser mais barata do que a de um voo direto para a cidade pretendida. Embora não seja ilegal, as companhias aéreas consideram-na uma violação dos seus termos e condições porque perturba a disponibilidade de lugares e resulta em perda de receitas complicações para o seu planeamento operacional.
Por estas razões, a prática não é isenta de riscos — é frequente as companhias aéreas banirem permanentemente passageiros que façam skiplagging ou cancelarem unilateralmente os seus voos de regresso.
A ação judicial da American Airlines alega que, ao promover esta estratégia, a Skiplagged prejudica a sua atividade, utilizando a marca da AA para atrair clientes e violando as políticas da companhia aérea. Segundo o advogado Paul Yetter, a Skiplagged utiliza indevidamente a reputação e as marcas registadas da companhia para induzir os clientes em erro, levando-os a pensar que estão a aceder a tarifas legítimas e mais baratas, explica o site de notícias de aviação Aviation A2Z.
Yetter argumenta ainda que o interface do Skiplagged imita as agências de viagens autorizadas, criando confusão para os consumidores. Além disso, o Skiplagged alegadamente encaminha os pedidos de informação do serviço de apoio ao cliente para os números gratuitos da American Airlines, evitando a responsabilidade direta por questões ou litígios relacionados com os bilhetes.
Um ponto de discórdia significativo no julgamento é o impacto financeiro que as operações do Skiplagged tiveram na American Airlines. A companhia aérea alega que o Skiplagged ganhou mais de 90 milhões de dólares com a sua promoção do skiplagging, enquanto a AA sofreu milhões de dólares com a perda de vendas de bilhetes. A companhia aérea pede mais de 94 milhões de dólares de indemnização.
Do outro lado da batalha legal, o advogado de defesa da Skiplagged, Aaron Tobin, argumentou que o site é simplesmente uma plataforma de informação que revela lacunas nas tarifas aéreas, oferecendo aos viajantes uma maior escolha. Tobin sublinhou ainda que a empresa cobra um máximo de 35 dólares pelos seus serviços, refutando as alegações de especulação excessiva.
Esta não é a primeira vez que o Skiplagged enfrenta desafios legais. A United Airlines e a Orbitz processaram a empresa há uma década, citando preocupações com segurança e logística. As batalhas legais acabaram por resultar num efeito Streisand indesejado pelas companhias, já que o mediatismo em torno dos processos acabou por dar a conhecer a plataforma a ainda mais viajantes.
À medida que a batalha judicial se desenrola, poderá criar um precedente para a forma como as companhias aéreas lidarão com o skiplagging e práticas de reserva semelhantes no futuro. Se a American Airlines sair vencedora, as restantes companhias podem avançar com processos semelhantes para proibir o Skiplagged de publicitar os seus voos.
O julgamento, que deverá durar duas semanas, está a ser supervisionado pelo Juiz Distrital dos EUA Mark Pittman.
Pois sao milhoes de prejuizo…
Sao milhoes que nao roubam as pessoas nos voos
Não há prejuízo nenhum, pois se o passageiro prosseguisse viagem, ele gastaria o mesmo como se não prosseguisse.
Logo a companhia aérea recebeu o dinheiro (se não aceitam, então não vedam). Se por ventura todos os passageiros não viajassem, então a companhia aérea até ganhava.
Alem disso as companhias aéreas fazem outra coisa pior, que é overbooking (venda de bilhetes a mais ara o mesmo voo)
Por isso elas que vão apanhar no cool.
As companhias aéreas ficam indignadas com o esquema, mas não ficam indignadas com o roubo que fazem no preço do voo directo.
Se não querem skiplagging então basta definirem preços sensatos. Isto é:
– Voos diretos serem mais baratos do que voos com escala
– Voos só de ida serem mais baratos do que de ida-e-volta