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“Batalha campal” na Catalunha: 40 mil pessoas nas ruas, 50 detidos e mais de 100 feridos

Enric Fontcuberta / EPA

Pelo menos 51 pessoas foram detidas e 70 polícias ficaram feridos desde o início dos atos de violência que começaram na segunda-feira na região espanhola da Catalunha após a sentença que condenou políticos separatistas catalães a penas efetivas de prisão que vão até aos 13 anos.

Os números, provisórios e fornecidos pelo Governo espanhol, dão conta de 72 feridos entre os polícias que tomaram parte nas operações de manutenção da ordem – 54 polícias regionais e 18 nacionais -, mas não fazem referência aos casos entre os manifestantes.

De acordo com a SIC Notícias, só nesta terça-feira, ficaram feridas 125 pessoas na sequência de confrontos entre polícias e manifestantes. Os jornais espanhóis estimam que os confrontos tenham já feito mais de 100 feridos.

Segundo os média espanhóis, que reconhecem que os protestos subiram de tom no segundo dia de manifestações, avança que entre os feridos graves há um homem que perdeu um olho e um outro que ficou sem 40% da massa testicular. Ambos sofreram estes ferimentos durante manifestações no aeroporto de Barcelona.

Nos protestos contra a condenação dos principais dirigentes políticos foram detidas 51 pessoas: 29 na província de Barcelona, 14 na de Tarragona e oito na de Leida.

Madrid também dá conta de que em Barcelona os grupos mais violentos fizeram 157 “barricadas com fogueiras” e quatro carrinhas da polícia regional (Mossos d’Esquadra) foram “inutilizadas”. Há ainda “problemas de limpeza do asfalto o que irá provocar cortes nas calçadas nas ruas centrais”. A manifestação, que começou com uma caminhada pacífica pelas ruas, acabou novamente em violência.

Barcelona tornou-se, na noite de terça-feira, cenário de uma batalha campal entre polícias e manifestantes, que construíram barricadas, queimaram mobiliário urbano e pneus, fizeram fogueiras e atiraram pedras e petardos contra os polícias.

De acordo com a polícia municipal, citada pela Europa Press, saíram à rua 40 mil pessoas.

Escreve o jornal Observador, que cita o jornal espanhol La Vanguardia, que os protestos se devem estender nos próximos três dias na Catalunha. Marxes per la Llibertad foi o nome escolhido pelas organizações Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Òmnium Cultural para a série de protestos que planeou para os próximos três dias.

Os catalães pró-independendência vão fazer uma série de caminhadas a partir de diferentes pontos na Catalunha (Tarragona, Tàrrega, Berga, Vic e Girona).

Governo garante manter a segurança

Entretanto, o Governo espanhol garantiu que irá manter a segurança na Catalunha apesar do aumento da violência que se tem estado a verificar nas ruas e que, segundo denuncia, são “ações coordenadas” para “acabar com a coexistência”.

O presidente do maior partido da oposição em Espanha (PP), Pablo Casado, pediu ao primeiro-ministro em funções que ative a Lei da Segurança Nacional face aos violentos distúrbios na Catalunha. “Face aos violentos distúrbios que aumentam a tensão na Catalunha, Sánchez deve ativar a Lei de Segurança Nacional para que nenhum corpo policial fique sujeito a diretrizes dos independentistas e consiga proteger a sua integridade”, afirmou Casado numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

O líder do PP acrescentou ser “urgente garantir a segurança e a ordem pública“.

O Tribunal Supremo espanhol condenou na segunda-feira os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, no caso do ex-vice-presidente do governo catalão. Assim que foi conhecida a sentença, uma série de grupos de independentistas iniciaram movimentos de protesto em todo o território da comunidade autónoma espanhola mais rica.

ZAP // Lusa

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