/

Basquetebol: Sporting campeão e FC Porto repete final violenta (9 anos depois do Benfica)

1

José Sena Goulão / Lusa

O basquetebolista do Sporting, Micah Downs, segura a taça após a conquista do título nacional, 39 anos depois

Sporting campeão num jogo marcado por decisões de arbitragem polémicas e por reações furiosas de jogador e treinador do FC Porto. Em 2012, contra o Benfica, o cenário foi pior – e a polícia envolveu-se num episódio caricato.

O Sporting voltou a ser campeão nacional de basquetebol. Quase quatro décadas depois do último título, e depois de muito tempo afastado da modalidade, o clube de Alvalade regressou ao topo depois de levar a melhor sobre o FC Porto, por 86-85, no último jogo da final da Liga.

Este encontro disputado no Pavilhão João Rocha, nesta quarta-feira, foi equilibrado até ao último segundo. Os portistas chegaram aos últimos minutos com uma vantagem que aparentava ser decisiva (seis, sete pontos) mas desperdiçou essa margem no último minuto.

O Sporting aproximou-se, empatou a 85 pontos e foi aí que chegou a confusão. A menos de cinco segundos do fim, Garrett Nevels tentou um lançamento que provavelmente daria o título ao FC Porto; não conseguiu lançar como queria e queixou-se de ter sofrido falta, não assinalada; a jogada prosseguiu e, no ressalto, a meio segundo da última buzina, foi assinalada falta sobre Micah Downs – o jogador do Sporting foi para a linha de lance livre, marcou o primeiro e o Sporting foi campeão.

Moncho López ficou furioso quando a falta sobre Micah Downs foi assinalada. Deu um soco na mesa onde estava o troféu e pontapeou dois objetos que estavam perto do banco do FC Porto.

Depois do jogo o treinador portista não falou à RTP mas, já no exterior, criticou a equipa de arbitragem “tendenciosa”, afirmando que “um ser humano, por ser humano, pode errar, mas por ser humano, também pode apresentar uma tendência propositada“.

O técnico acredita que os árbitros beneficiaram intencionalmente o Sporting, não só neste último jogo e não só naqueles últimos segundos, como em muitas decisões ao longo dos cinco jogos da final.

Vítor Hugo, diretor do basquetebol do Dragão, também foi claro: “O que se passou hoje foi uma das maiores roubalheiras a que já assisti”. Vítor Hugo, sem dizer o nome do clube, deixou a ideia de que até jogadores do Benfica enviaram mensagens, comentando que estavam espantados com o que viram no João Rocha:

“Já recebi mensagens de jogadores de equipas adversárias, incluindo de rivais, que manifestaram o seu espanto por aquilo que aconteceu”. O diretor admitiu também que o FC Porto pode voltar a deixar de ter equipa de basquetebol, por causa desta final com o Sporting.

Além da reação de Moncho López, o gesto “a quente” de Garrett Nevels (envolvido na tal jogada polémica, nos últimos segundos) marcou o pós-jogo. Mal a partida terminou, o jogador do FC Porto partiu o troféu entregue ao campeão. Mesmo danificada, a taça foi entregue ao Sporting, alguns minutos depois.

Final mais turbulenta com o Benfica, em 2012

As cenas violentas da final de 2021 até acabaram por ser “suaves”, comparando com o que aconteceu em maio de 2012. Desta vez os visados foram objetos mas, há nove anos, numa final com o Benfica, os alvos foram mesmo pessoas.

O Benfica foi ao Dragão Caixa ganhar por 56-53, igualmente no quinto e último jogo da final. Depois do jogo, os ânimos já estavam algo exaltados mas ficaram mais quando Carlos Lisboa, treinador do Benfica, exibiu um gesto de provocação na direção dos adeptos do FC Porto.

Os adeptos atiraram objetos na direção de jogadores e restantes elementos do Benfica. Um roupeiro do Benfica também atirou algo para uma das bancadas, na resposta. A comitiva do Benfica teve de ficar fechada no balneário e foi lá que recebeu a taça de campeão, já que não havia segurança garantida no recinto de jogo.

Ficou também famosa a cena que envolveu Pinto da Costa e elementos da polícia, quando o presidente do FC Porto literalmente gritou com os agentes.

No dia seguinte, a Polícia de Segurança Pública envolveu-se num episódio caricato, quando anunciou que estava a averiguar os incidentes “entre adeptos das equipas de Basquetebol do FC Porto e do SL Benfica” – mas nenhum adepto do Benfica estaria no Dragão Caixa, já que o clube da Luz não teve direito a qualquer bilhete para esse encontro.

Esta final de 2012 já tinha sido turbulenta ainda antes da hora do jogo: a Federação Portuguesa de Basquetebol não foi representada no pavilhão. A entidade decidiu não enviar qualquer representante ao Dragão Caixa porque o FC Porto não permitiu que a Sport TV transmitisse o jogo – algo que estava estipulado no protocolo assinado entre clube e federação. O duelo com o Benfica foi transmitido pelo Porto Canal.

Nuno Teixeira, ZAP //

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.