Bashar al-Assad reeleito para quarto mandato como Presidente

kremlin.ru / Wikimedia

Bashar al-Assad, Presidente da Síria

Como esperado, Bashar Al-Assad foi reeleito, esta quinta-feira, para um quarto mandato com 95,1% dos votos.

O Presidente sírio, Bashar al-Assad, foi reeleito na quinta-feira, como esperado, para um quarto mandato, em escrutínio realizado nas regiões controladas pelo Governo, num país em situação de marasmo económico e devastado por uma década de guerra.

Durante uma conferência de imprensa noturna, o presidente do parlamento, Hammoud Sabbagha, anunciou que Al-Assad tinha sido reeleito com 95,1% dos votos.

Segundo Sabbagha, participaram no escrutínio 14,2 milhões de pessoas, de um universo teórico de 18,1 milhões, o que dá uma taxa de participação de 76,64%.

Também participaram nas eleições o ex-ministro e deputado Abdallah Salloum Abdallah e um membro da oposição tolerada pelo regime, Mahmoud Marei, que registaram respetivamente 1,5% e 3,3% de votos.

Instalado no cargo em 2020, sucedendo ao seu pai, Hafez, falecido após 30 anos de poder sem partilha, Al-Assad criticou na quarta-feira os ocidentais, com Washington e Bruxelas a considerarem que a eleição não tinha sido livre.

Em Damasco, milhares de apoiantes de Bashar al-Assad manifestaram-se, agitando bandeiras sírias e fotografias do reeleito, gritando ‘slogans’ em sua honra e dançando.

Esta foi a segunda eleição presidencial desde o início, em 2011, de uma guerra devastadora, que envolve diversos beligerantes e potências estrangeiras. Nascido da repressão de manifestantes pró democracia, o conflito já causou mais de 388 mil mortos.

No país com as infraestruturas em ruínas, Bashar al-Assad apresentou-se como o homem da reconstrução, depois de ter somado vitórias militares desde 2015, graças ao apoio dos seus aliados, a Federação Russa e o Irão, recuperando o controlo sobre dois terços do território.

As regiões autónomas curdas do Nordeste ignoraram o escrutínio, tal como o grande bastião oposicionista de Idlib, no Noroeste, que conta com cerca de três milhões de habitantes.

Washington e várias potências europeias já tinham condenado o escrutínio na véspera da sua realização, considerando que não ia ser “nem livre nem justo”. A oposição falou em “encenação”. Al-Assad retorquiu: “As vossas opiniões não valem nada”.

// Lusa

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