A equipa de investigação do Livro Vermelho de Mamíferos de Portugal Continental, que analisa a ameaça e a conservação dessas espécies, realizou uma “compilação sem precedentes” de dados recolhidos no continente e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Os responsáveis criaram nova base de dados pública, que inclui 105.026 registos de 92 espécies de mamíferos terrestres e marinhos, entre os anos de 1873 e 2021 – 72% correspondem ao período de 2000 a 2021.
Entre os registos, mais de 40 000 correspondem a espécies ameaçadas, como o coelho europeu (Oryctolagus cuniculus), a foca monge mediterrânica (Monachus monachus) e o lince ibérico (Lynx pardinus).
“Várias espécies de mamíferos terrestres estão ameaçadas pela perda de habitat e pela perseguição humana (…) e algumas espécies de mamíferos marinhos (…) pela colisão com navios, poluição, arrasto e falta de recursos”, explicou ao EurekAlert! Clara Grilo, líder do projeto e investigadora do Centro de Ciências Ambientais e Marinhas (CESAM), da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Portugal).
Com este “grande conjunto de dados, é possível desenvolver estudos mais robustos sobre os fatores que promovem a sua ocorrência e, assim, ajudar no desenvolvimento de estratégias de conservação dessas espécies em Portugal”, acrescentou.
O projeto contou com a colaboração de cientistas de diferentes universidades portuguesas, consultores, técnicos de centros de recuperação da vida selvagem, do Instituto Português para a Conservação da Natureza e das Florestas, câmaras municipais e Organizações Não-Governamentais.
“Esta informação não só serve de base para a revisão da Lista Vermelha de Mamíferos em Portugal. Estará também disponível a todos os interessados que desejem estudar as espécies de mamíferos em Portugal Continental e nos arquipélagos”, apontou ainda.
O projeto científico “Revisão do Livro Vermelho de Mamíferos de Portugal Continental e Contribuição para a Avaliação do seu Estado de Conservação” foi lançado em 2019 e tem como objetivo descobrir quais as espécies mais ameaçadas, as estáveis ou as que estão em aumento populacional.
Por em primeiro lugar na enumeração das espécies em risco o coelho bravo é muito estranho! (parece de propósito!) Ficam de fora os que estão mesmo em risco como o lobo, o texugo, os ouriços, e muitos outros…