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Esta barra de ouro asteca foi perdida pelos espanhóis durante a “Noite Triste”

Uma barra de ouro encontrada, na Cidade do México, nos anos 80, fazia parte do tesouro asteca saqueado pelos conquistadores espanhóis há 500 anos.

Em 1981, um trabalhador encontrou, na Cidade do México, uma barra de ouro durante a construção de um banco. Agora, investigadores dizem que o artefacto fazia parte do tesouro roubado da capital asteca, há cinco séculos, por Hernán Cortés e outros conquistadores espanhóis, avança a revista Newsweek.

Uma equipa do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) analisou a barra de ouro, com quase dois quilos, e chegou à conclusão de que foi perdida durante a chamada “Noite Triste”, uma batalha que ocorreu, em 1520, entre as forças astecas e espanholas na capital Tenochtitlan.

De acordo com o diretor do Templo Mayor Project (PTM) — uma iniciativa arqueológica do INAH que está a escavar o complexo principal de Tenochtitlan —, Leonardo López Luján, esta barra é uma “peça chave” do puzzle deste evento histórico.

Durante a retirada espanhola, a barra de ouro foi atirada num dos canais que atravessavam a então capital asteca e o Lago de Texcoco, que entretanto foi seco.

Segundo Luján, o local onde a barra foi encontrada corresponde ao canal asteca de Toltecaacaloco, que Cortés e os seus homens usaram para fugir. As suas características aproximam-se das barras de ouro mencionadas em fontes que descrevem este evento histórico.

Cientistas da Universidade Nacional Autónoma de México (UNAM) conduziram uma análise raio X com um equipamento conhecido pelo nome “Sandra”, tendo revelado que a barra consistia em cerca de 76,2% de ouro, 20,8% de prata e aproximadamente 3% de cobre.

Quando chegaram a Tenochtitlan, em 1519, Cortés e os seus homens foram inicialmente bem recebidos pelo imperador asteca Moctezuma. Porém, avança a agência France France-Presse, a relação entre ambos azedou e os espanhóis fizeram do imperador refém.

Em junho de 1520, Cortés — que iniciou a sua expedição sem autorização oficial — soube que o governador espanhol em Cuba havia enviado um grupo de soldados para prendê-lo. O espanhol deixou o tenente Pedro de Alvarado no comando e foi com parte do seu exército lutar contra os soldados que chegavam, derrotando-os.

No entanto, com Cortés fora, Alvarado recebeu a informação de que os astecas estavam a planear um ataque contra si, tendo ordenado que atacassem e matassem nobres e padres desta civilização.

Tal como seria de esperar, os astecas revoltaram-se e sitiaram o complexo onde os espanhóis estavam hospedados e onde mantinham Moctezuma em cativeiro. Quando voltou, Cortés percebeu a terrível situação em que se encontravam e tentou deixar a cidade à noite, a 30 de junho, levando o máximo de tesouros que conseguissem carregar.

 

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