Barcelona tem um problema: os últimos 20 minutos

Xavi no banco do Barcelona

Últimos quatro jogos demonstram que há quebra catalã na parte final. Jornalista publica três possíveis justificações.

Sábado, 6 de Novembro. O Barcelona chega aos 73 minutos a vencer em Vigo por 3-1, com os seus três golos marcados na primeira parte. Mas o Celta, graças aos golos de Nolito (ex-Benfica e ex-Barcelona) e a Iago Aspas, chega ao empate a três bolas.

Duas semanas depois (pausa para as selecções, entretanto), dérbi, estreia de Xavi e um golo de Memphis a abrir a segunda parte. Mas, na recta final, Raúl De Tomás – outro antigo avançado do Benfica – foi o rosto mais visível de um Espanhol a dominar e perto do golo, com duas bolas nos ferros da baliza de Ter Stegen e um falhanço de Dimata quando estava isolado. Vitória do Barcelona por 1-0. Sofrida.

23 de Novembro, dia de receber o Benfica, na Liga dos Campeões. Os espanhóis tiveram mais oportunidades de golo do que os portugueses, remataram muito mais, mas na parte final o Benfica ameaçou e, já nos descontos, Seferović poderia ter dado três pontos ao Benfica. 0-0 em Camp Nou.

No sábado passado, no regresso à liga espanhola, na deslocação ao estádio do Villarreal o Barcelona chegou ao último quarto de hora a vencer por 1-0. E o jogo acabou com…3-1. Samuel Chukwueze igualou para a equipa da casa aos 75 minutos, enquanto Memphis e Coutinho, mesmo nos últimos minutos da partida, fecharam o resultado.

Nestes quatro jogos houve um denominador comum: os últimos 20 minutos (mais descontos) foram complicados para o Barcelona. Nuns casos a quebra foi mais evidente do que noutros, mas esse é o resumo. É o que destaca Xavier Bosch, jornalista do Mundo Deportivo.

Xavier descreve uma equipa que perde o controlo do jogo, que deixa espaços entre linhas, que passa a ter uma defesa permeável e deixa o adversário tomar conta da bola.

E apresenta três motivos para essa quebra. O primeiro está relacionado com a posição estática e aberta dos extremos, o que leva os médios-centro a correrem mais quilómetros – e a ficarem cansados perto dos 70 minutos.

O segundo possível motivo está relacionado com a marcação individual. Que é desgastante e arriscada. Os adversários chegam ao final do jogo mais frescos se houver mudança de posições ao longo do duelo.

O último é o cansaço geral, a concentração que baixa e a menor clareza para enfrentar os minutos finais de cada jogo. Menos soluções para trocar a bola, mais perdas de bola e mais nervos em campo. Os defesas Eric García, Óscar Mingueza e Ronald Araújo – todos jovens – acusam mais esse nervosismo, ou ansiedade. Gerard Piqué, o mais experiente, não tem estado em grande nível também.

Apesar desta quebra constante, o Barcelona não perdeu qualquer dos quatro jogos mencionados: empatou contra Celta e Barcelona, venceu Espanhol e Villarreal.

Nuno Teixeira, ZAP //

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