Bancos portugueses pagam menos pelas poupanças das famílias do que a média europeia. Empresas recebem o dobro pelos depósitos.
Os bancos portugueses estão, segundo o ECO, entre os que fazem maior distinção entre as poupanças de particulares e as poupanças das empresas na Zona Euro — e estão no pódio dos que menos pagam pelas poupanças dos particulares.
Se a diferença entre as taxas de juro dos dois depósitos na Zona Euro paira nos 49 pontos base — segundo dados do Banco Central Europeu (BCE), os bancos pagam 2,46% pelas poupanças das famílias e 2,95% pelas das empresas —, em Portugal a diferença é bem mais acentuada — 2,4 vezes superior à média da Zona Euro.
Os bancos nacionais pagam apenas 1,18% pelos depósitos das famílias até um ano, enquanto oferecem uma taxa de juro média de 2,37% às empresas — uma diferença de 119 pontos base.
Esta tendência pode ser considerada recente. Nas últimas duas décadas, a diferença entre as taxas de juro foi favorável às famílias, cujas poupanças tinham taxas de juro 1,2 vezes superior às das empresas.
Na verdade, apenas seis dos 20 Estados-membros da Zona Euro pagam mais pela remuneração dos depósitos das famílias do que pelo das empresas. Só os bancos eslovenos têm uma maior diferença na taxa de juro do que os portugueses.
As empresas, no entanto, também não estão a ser bem remuneradas, comparativamente à média da Zona Euro. Aliás, Portugal caiu a pique neste segmento.
Se em maio de 2022 os bancos nacionais ocupavam a sexta posição do ranking dos bancos que melhor remuneravam as empresas, hoje ocupam a sétima posição — mas dos que menos pagam pelos ditos depósitos.