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Bancos dos EUA que mantenham más práticas vão ser desmantelados

dkshots / Flickr

Distrito financeiro, em Nova Yorque

Distrito financeiro, em Nova Yorque

O FED, o banco central dos EUA, fez esta segunda-feira um forte aviso aos maiores bancos norte-americanos, prevenindo-os que podem ser desmantelados se não mudarem as suas práticas.

O presidente do FED, o banco da Reserva Federal em Nova Iorque, William Dudley, afirmou que os bancos, depois de terem pago mais de 100 mil milhões de dólares em multas nos últimos seis anos por más práticas, têm de reconhecer o imperativo da reforma.

Se os dirigentes dos maiores bancos não mudarem a cultura que conduziu às multas, “então as más práticas vão continuar, sem dúvidas”, afirmou, durante um discurso aos principais dirigentes empresariais no mercado de capitais norte-americano.

“Se isso se verificar, a conclusão inevitável a que se vai chegar é que as vossas empresas são demasiado grandes e complexas para serem geridas de forma efetiva”, diz Duddley.

federalreserve.gov

William C. Dudley, presidente do FED

William C. Dudley, presidente do FED

“Nesse caso, as preocupações com a estabilidade financeira vão implicar que as vossas empresas precisam de ser reduzidas e simplificadas de forma dramática para que possam ser geridas de forma efetiva”, assegurou.

“Compete-vos resolver este desafio cultural e ético”, afirmou, dirigindo-se aos banqueiros. “Portanto, vamos avançar com isto”.

Dudley referia-se à longa lista de mau comportamento profissional, aos lapsos éticos e às falhas na execução da lei nos principais bancos desde 2008, quando o setor financeiro mergulhou numa crise existencial depois do fim da bolha do mercado imobiliário.

O padrão do mau comportamento não acabou com a crise financeira, mas continuou, apesar da importante intervenção pública, tornada necessária para estabilizar o sistema financeiro”, disse, segundo a cópia do discurso disponibilizada.

“Em consequência, a indústria financeira perdeu a confiança do público”, prosseguiu.

Dudley, que controla as atividades dos maiores bancos dos EUA, rejeitou a ideia de que os problemas tenham nascido “da ação de operadores desonestos, individualmente considerados, ou de alguns maus atores”.

Pelo contrário, responsabilizou os bancos: “Os problemas nascem da cultura dos bancos, que é moldada pela liderança da instituição. Isto significa que a solução tem de nascer de dentro dos bancos, dos seus líderes”.

/Lusa

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