Uma enorme baleia – construída a partir de cinco toneladas de resíduos plásticos recolhidos do oceano – “vive” no canal da Bélgica, como parte da Trienal de Bruges de 2018. A escultura tem como objetivo sensibilizar para enorme número de resíduos plásticos existentes nos oceanos.
A obra foi desenvolvida pela empresa de arquitetura e design STUDIOKCA, de Nova Iorque, e visa chamar à atenção para o imenso volume de plástico que “nada” atualmente nos nossos oceanos.
A Trienal de Bruges deste ano tem como tema a “Cidade líquida” e a empresa de Brooklyn interpretou literalmente o mote, deixando claro o quão grande é o nosso desperdício de resíduos e a forma como este prejudica as “cidades líquidas”, ou seja, todos os oceanos.
“Propusemos-nos a recolher a maior quantidade possível de lixo dos oceanos durante quatro meses, transformando depois esse lixo na Skyscraper – uma baleia de quase quatro andares que parece estar a ser empurrada de um dos principais canais de Bruges, fazendo um arco sobre a praça histórica de Jan Van Eyck, localizada no centro da cidade”, descreveu a equipa.
Para reunir os resíduos necessários para a construção da escultura massiva, a empresa reuniu forças com o Hawaii Wildlife Fund, que os ajudou na limpeza de várias praias. Ao fim de quatro meses, tinham sido recolhidos cinco toneladas de lixo, desde tampas sanitárias até para-choques de carros.
No entanto, este não é o primeiro projeto da equipa STUDIOKCA que utiliza resíduos plásticos. A empresa já tinha realizado uma instalação em 2013, apelidada de Head in the Clouds, na qual construiram um enorme pavilhão em forma de nuvem a partir de 53.780 garrafas recicladas.
O número de garrafas utilizada equivale à quantidade de resíduos plásticos que a cidade de Nova Iorque produz a cada hora. Uma peça de 2015, que se encontra em São Paulo, foi criada a partir do número de resíduos que o Brasil produz em oito minutos.
No entanto, o recente projeto da baleia Skyscraper é, sem dúvida, o projeto mais ambicioso da empresa até ao momento.
Mais de 37 metros quadrados de resíduos de plástico foram limpos, separados e ligados a uma rede de arame que cobre uma estrutura de alumínio e aço. Construída inicialmente em Brooklyn, a peça foi desmontada em 107 partes e depois transportada para Bruges para reconstrução no local.
Além de ser uma obra maravilhosa do ponto de vista da estética e da engenharia, a escultura expressa com clareza o volume problemático de resíduos de plástico que nadam nos nossos oceanos.
Existem cerca de 150 milhões de toneladas de resíduos plásticos a viver nos nossos oceanos neste preciso momento. Agora, restam 149.999.995 toneladas que ainda precisam de ser recolhidas.
ZAP // NewAtlas