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Há bactérias que produzem eletricidade quando respiram. É como se tivessem um “snorkel gigante”

BBC

Uma equipa de cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, descobriu que algumas bactérias, especificamente as que vivem em corpos de água, produzem eletricidade como um derivado dos seus processos de respiração. É como se estes organismos tivessem um “snorkel gigante”.

Respirar não é um processo igual nos seres vivos. No caso das bactérias, há um fio de proporções nanométricas, cerca de 100 mil vezes mais fino do que um fio de cabelo humano, pelo qual estes microrganismos dispensam eletrões milhares de vezes maiores do que os seus respetivos corpos – num processo que gera uma pequena corrente elétrica.

Segundo o Live Science, as geobactérias, que vivem em águas subterrâneas, “respiram” através da absorção de dejetos orgânicos presentes nos corpos aquáticos onde vivem, alimentando-se deles e libertando os eletrões de forma muito semelhante à libertação de gás carbónico por parte dos seres humanos.

No entanto, “as geobactérias respiram através de uma espécie de snorkel gigante, centenas de vezes maior do que o seu tamanho”, explicou Nikhil Malvankar, professor do Instituto de Ciências Microbianas da Universidade de Yale, em Connecticut.

Este “snorkel” é um nanofio cujos filamentos são capazes de transportar eletrões centenas a milhares de vezes o comprimento do corpo da bactéria.

Nesta pesquisa, que contou com técnicas avançadas de observação e estimulação microscópica, a equipa de investigadores desvendou uma “molécula secreta” presente em colónias de geobactérias que, quando sujeitas à exposição de eletricidade, são capazes de a conduzir com até mil vezes mais eficácia do que nos seus respectivos habitats naturais, e a distâncias incrivelmente longas.

Adaptar esta capacidade de condução elétrica para os padrões humanos poderia fazer com que as geobactérias se tornassem baterias vivas. “Acreditamos que esta descoberta poderá ser aplicada na criação de dispositivos eletrónicos”, disse Malkanvar.

O artigo científico com as descobertas foi recentemente publicado na Nature Chemical Biology.

ZAP //

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