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As aves migratórias têm um misterioso sexto sentido (que acaba de ser explorado)

J. Kelly / Wikimedia

Investigadores da Universidade Goethe de Frankfurt, na Alemanha, analisaram recentemente diversos estudos de campo sobre habilidades de navegação das aves e relataram as suas conclusões num recente artigo científico.

Algumas aves exibem um misterioso sexto sentido no que diz respeito às habilidade de navegação. Extremamente sofisticada, esta características das aves migratórias permitem que estes animais voem milhares de quilómetros, um fenómeno que ainda não é totalmente compreendido pela Ciência.

Wolfgang e Roswitha Wiltschko, da Universidade Goethe de Frankfurt, na Alemanha, decidiram aprofundar esta questão e publicaram um artigo científico no Journal of the Royal Society Interface sobre o tema.

Um dos temas mais abordados em estudos científicos é o facto de os pássaros voarem longas distâncias fazendo um uso inteligente do campo magnético da Terra. Segundo a maioria dos cientistas, as aves aproveitam-se de duas características do campo magnético terrestre: a direção das linhas de campo e a sua intensidade.

Segundo o Phys.org, os cientistas destacam que vários estudos apontam uma evidência especial: a presença de uma proteína nos olhos destes animais que lhes permite “ver” o campo magnético durante o voo. É uma espécie de bússola interior que guia o pássaro – não em direção ao norte ou ao sul magnético, mas sim “rumo ao polo” ou “rumo ao equador”.

Quanto à deteção e medição da intensidade do campo magnético, Wolfgang e Roswitha Wiltschko citam vários artigos científicos que lançam a suspeita de que há pedaços de metal (magnetita) incorporados em tecidos capazes de “sentir” o magnetismo, e nervos que transportam as informações até ao cérebro das aves.

No mais recente artigo, os investigadores destacam que ainda não existe consenso na comunidade científica quanto ao metal incorporado nestes animais, mas há palpites: um deles é que o metal se situa no bico da ave.

No entanto, continua a ser um mistério como e em que partes do cérebro a navegação é “programada”. Segundo os Wiltschkos, algumas investigações levantam a teoria de que o hipocampo destas aves está fortemente envolvido – uma parte do cérebro conhecida pelo seu papel na memória.

Na prática, os pássaros podem ser capazes de adicionar informações de navegação às informações geográficas que armazenam à medida que envelhecem.

ZAP //

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