O Benfica garantiu o bilhete milionário e está de volta à fase de grupos da Liga dos Campeões — de forma épica.
Após a expulsão de Lucas Veríssimo logo ao minuto 32, as “águias” defenderam com unhas, dentes e organização a vantagem (2-1) que trouxeram de Lisboa, sustiveram as diversas tentativas do PSV e viram Vlachodimos, com uma série de intervenções de altíssimo nível, “conduzir” o autocarro que guiou a equipa até ao saboroso bolo de €37M.
Vlachodimos “cala” JJ e coloca águias no Olimpo!
Minuto 32. Lucas Veríssimo voltou a travar Gakpo (depois do erro de cálculo logo aos 8’) em falta e foi expulso, deixando as “águias” reduzidas a dez elementos.
O PSV aproveitou para aumentar a pressão e rondou o golo em duas ocasiões, ambas protagonizadas por Madueke (35’ e 41’): na primeira a bola saiu um pouco ao lado do alvo e na segunda tentativa Vlachodimos agigantou-se e evitou males maiores.
Quatro minutos antes de terem ficado com menos um elemento, as “águias” viram André Ramalho travar um tiro de Rafa que levava como destino o interior das redes neerlandeses.
Morato 5.9 era o jogador benfiquista com melhor rating e que premiava os três desarmes, cinco recuperações de posse, três dribles feitos com êxito em outros tantos tentados, 26 acções com a bola e apenas um passe falhado em 13 realizados (92% de eficácia). Yaremchuk ainda deu um ar da graça, mas o remate saiu por cima.
Foi uma espécie de oásis dos “encarnados” em termos ofensivos, que face à pressão neerlandesa foram defendendo o empate e lá conseguiram aguentar, muito graças a Vlachodimos, que se agigantou em inúmeras ocasiões (63’, 73’ e duas vezes aos 85’) e travou as investidas dos homens da casa, e ao desacerto de Zahavi que sem oposição atirou e viu a bola embater com estrondo na trave da baliza portuguesa.
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Sem ideias, o PSV acabou por cair para a fase de grupos da Liga Europa e as “águias” de JJ juntam-se a Sporting e FC Porto. Pela sétima vez na história, e a primeira desde a época 17/18, há três equipas lusas nesta fase da competição.
O MVP GoalPoint
Se após o embate da primeira mão deste “play-off” Jorge Jesus disse que a exibição de Vlachodimos não foi nada de extraordinário, o que dirá desta feita? Foi incrível a “performance” do camisola 99, que aguentou as sucessivas tentativas do opositor, mostrando segurança e elasticidade em todos os movimentos que protagonizou.
Ao todo, o internacional helénico realizou oito defesas, três a remates que decorreram no interior da área benfiquista, duas opondo-se a dois tiros próximos da baliza, e juntou a tudo isto dois passes aproximativos e duas recuperações do esférico.
Se dúvidas existissem sobre quem é o melhor guarda-redes do Benfica, elas ficaram desfeitas nestas duas partidas ante o PSV.
Destaques do Benfica
Grimaldo 6.8 – Apenas uma mancha no desempenho do espanhol, que viu, aos 85 minutos, Vertessen fugir-lhe nas costas, valendo na ocasião o “São” Vlachodimos. Com as preciosas ajudas de Rafa, foi conseguindo travar o veneno de Madueke, tendo concluído o duelo com um remate, um passe para finalização, três acções com a bola na área do PSV, dez recuperações da posse, seis desarmes (máximo no jogo), três intercepções, quatro alívios e três passes/remates bloqueados.
Otamendi 6.5 – Foi o patrão das “águias”, rubricando uma exibição segura e atenta, amealhando três recuperações, outros tantos desarmes, duas intercepções, espectaculares 13 alívios (dado que mais ninguém fez esta noite) e dois remates bloqueados.
Morato 6.2 – Aos 62 minutos falhou uma intercepção e valeram os ferros da baliza para evitar males maiores. Foi dos poucos erros do jovem central que, nestas duas partidas, exibiu-se a um óptimo nível. Destaque para os três dribles alcançados, seis recuperações da posse, quatro desarmes e cinco alívios. A rever, os três dribles que consentiu.
Weigl 5.8 – Encontro estóico do alemão, que à frente da defesa foi mantendo a equipa ligada à corrente com apenas quatro passes falhados em 22 tentados (82% de eficácia), quatro acções com a bola, oito recuperações da posse, quatro acções defensivas no meio-campo adversário (máximo), cinco desarmes (outro número que mais ninguém fez) e quatro passes/cruzamentos bloqueados.
Vertonghen 5.7 – Após lesão, actuou 37 minutos e a sua experiência foi importante nas fases de maior aperto dos neerlandeses, com cinco alívios e dois remates bloqueados.
Rafa Silva 5.7 – Aos 28 minutos esteve a centímetros do golo – expected goals xG de 0,6 -, mas foi a defender que mais se mostrou, com três desarmes e duas faltas sofridas. Teve ainda duas conduções aproximativas.
Everton 5.5 – Em 19 minutos mexeu com o jogo e foi importante nos poucos momentos em que a equipa conseguiu sair da área. Rematou uma vez, teve 11 acções com a bola e acertou quatro dos cinco dribles tentados.
Yaremchuk 5.5 – Partida ingrata do ucraniano, que falhou dez dos 18 passes tentados, venceu seis dos oito duelos aéreos em que interveio, perdeu a posse 18 vezes e registou cinco maus controlos de bola.
Taarabt 5.4 – Foi a surpresa no “onze” e não esteve mal nos 53 minutos em que actuou. Concluiu com eficácia três dos cinco dribles que arriscou, recuperou a posse em cinco ocasiões, tendo ainda cometido três faltas.
João Mário 4.7 – Não foi a “performance” mais cintilante do médio, com mais suor do que talento. Perdeu a bola 11 vezes, algo invulgar nele, registou dois cortes decisivos e sofreu três faltas.
Lucas Veríssimo 4.3 – Noite para esquecer daquele que estava a ser a unidade mais regular dos benfiquistas no arranque desta temporada. Em 32 minutos cometeu duas faltas escusadas que lhe valeram a expulsão.
Destaques do PSV
Sangaré 7.7 – No Estádio da Luz, o médio já tinha estado em foco e esta noite foi a unidade dos donos da casa com melhor avaliação, em todo o encontro melhor do que ele apenas o intransponível Odysseas. O “trinco” realizou um remate enquadrado, quatro passes para finalização, seis passes valiosos, teve 98 acções com a bola, falhou apenas dois dos sete dribles tentados, três acções defensivas no meio-campo adversário e apenas pecou nos quatro dribles consentidos.
Gakpo 7.6 – O que dizer do extremo? É uma das jóias da coroa e nesta eliminatória até ofuscou o imenso potencial que emana de Madueke. Cedo criou perigo, foi sobre ele que Lucas Veríssimo cometeu as duas faltas que lhe valeram a expulsão. Além disso, foi autor de seis remates – máximo no jogo -, quatro dos quais ocorreram fora da área, orquestrou quatro passes para finalização, 11 passes valiosos (registo que mais ninguém atingiu), quatro cruzamentos, oito passes aproximativos (outro máximo), sofreu ao todo sete faltas e acertou cinco dos sete dribles tentados.
Bruma 4.9 – Não conseguiu mexer com o jogo, pouco arriscou nos lances de um contra um, realce para as duas conduções aproximativas, dois maus controlos de bola e cinco perdas de posse.
Madueke 4.4 – Grimaldo foi importante e secou as principais acções do extremo, que mesmo assim esteve perto de marcar na primeira metade em duas ocasiões e gizou seis passes aproximativos. Das 12 tentativas de dribles, somente três foram concluídas com êxito, falhou 12 passes de risco e somou 27 perdas de bola, algo que mais ninguém registou no relvado do Philips Stadium.
// GoalPoint
Vlachodimos é, neste momento, um dos melhores guarda redes da Europa.
Neuer, claro, é o maior..
Courtois, oblak, donnaruma (quando jogar…), Alysson (liverpool) e Ody estão logo a seguir.
Segurança, nervos de aço, visão de jogo e capacidade de jogar com os pés ( o seu ponto fraco até agora) fazem dele guarda redes de top.
Já salvou a pele de JJ 2 ou 3 vezes.
Merece mais consideração por JJ.
Ao menos que seja sempre titular
Só podes estar a brincar… O Vlachodimos?!!!
Dá sempre jeito ter um bombo da festa na Champions!
Sem desconsiderar a exibição do Benfica temos que reconhecer que o seu sucesso também se deveu ao fracasso do adversário muito trapalhão, lento e confuso nas jogadas, esteve pior que em Lisboa!