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Autárquicas. Ventura não vai dar a cara pelo Chega (mas candidatos vão ter formação)

Manuel de Almeida / Lusa

O Chega vai pela primeira vez a eleições autárquicas e o objetivo é “concorrer a todas as 308 concelhias do país” com “bons resultados” e ser a “terceira força política” neste ato eleitoral.

Segundo o coordenador autárquico, Nuno Afonso, ouvido pelo Observador, o Chega, partido liderado por André Ventura, tem duas grandes metas para as eleições autárquicas de 2021: “concorrer a todas as 308 concelhias do país” com “bons resultados” e “conseguir ser a “terceira força política” neste ato eleitoral.

Ao contrário das eleições legislativas e das presidenciais, desta vez, a cara do partido não vai a votos. Segundo o jornal online, a oito meses das eleições, já há candidatos escolhidos e pessoas a serem sondadas – e sabe-se que a Ventura ficará de fora dos boletins de voto.

O partido pretende formar os seus candidatos autárquicos e já montou uma estratégia no Norte, Centro e Sul. No fim de semana de 20 e 21 de março, o Chega vai realizar três Convenções Autárquicas com o intuito de discutir “as linhas programáticas do partido” e “para que toda a gente tenha a ideia do que tem de defender, que não haja dúvidas e que as coisas sejam uniformes pelo país”.

Por outro lado, admitiu Nuno Afonso, “não é fácil arranjar candidatos com experiência, nem mini-Andrés Venturas”. Segundo o coordenador, há pessoas que têm “vergonha ou medo de dizer que apoiam André Ventura e o Chega”.

Porém, o perfil está traçado: “Alguém que não tenha rabos de palha, que esteja bem visto na sociedade, que não tenha tido problemas graves com a justiça, alguém visto como uma pessoa honesta”, descreveu o coordenador.

Duas fontes do partido admitem ao Observador que há “dois nomes em cima da mesa” para Lisboa, mas nenhum deles ligado diretamente à política, apesar de serem “pessoas conhecidas”. No caso do Porto, ainda se está longe de fechar um candidato, ao contrário da maioria das câmaras do distrito, que estão “quase todas” fechadas.

O Chega rejeita também coligações pré-eleitorais. “Haverá seguramente acordos pós-eleitorais. Coligações, quanto muito, talvez na Madeira e nos Açores porque são situações diferentes, mas mesmo aí a tendência será não fazermos coligações”, assegurou Nuno Afonso, adiantando que o Chega já foi sondado por outros partidos, mas rejeitou.

Ventura quer autárquicas sem estado de emergência

O líder do Chega, André Ventura, criticou a a proposta do PSD que sugere que se adie as eleições autárquicas por dois meses, mas também admitiu uma eventual alteração do sufrágio, previsto para setembro ou outubro.

Não nos opomos ao adiamento das autárquicas, o que perguntamos é qual é o estudo que mostra que em dezembro vamos estar numa situação melhor do que em setembro/outubro”, afirmou Ventura, citado pelo semanário Expresso.

Para Ventura, seria importante garantir que as eleições autárquicas serão realizadas fora do estado de emergência. Contudo, considera prematuro adiantar uma previsão.

“Vamos ouvir os especialistas, olhar para os níveis de infeção e criar um mecanismo legal que permita adiar as eleições, caso os níveis estejam muito elevados – números de pessoas em cuidados intensivos, de mortes, infeções por milhar de habitantes. Por que não março ou maio? Quando não haja pandemia”, questionou.

O projeto de lei do PSD, que foi entregue esta sexta-feira no Parlamento, propõe o adiamento do ato eleitoral por 60 dias, antes do Natal. O partido alega que não há garantia de que no início de setembro 70% da população esteja vacinada contra a covid-19 e que uma nova campanha eleitoral limitada só iria “beneficiar quem está no poder”.

Maria Campos, ZAP //

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