Autárquicas vão ser a “prova de fogo à portuguesa” do Chega

1

Tiago Petinga / Lusa

O presidente do Chega, André Ventura, afirmou esta noite que as próximas autárquicas serão uma “prova de fogo” e que o partido tem a “obrigação de ganhar” em várias autarquias e freguesias.

Num discurso aberto à comunicação social que encerrou os trabalhos do XX Conselho Nacional do Chega, na Moita, Setúbal, André Ventura afirmou que “a onda que varreu o país nas últimas legislativas tem que ser a onda que vai varrer o país nas próximas autárquicas” com a “vitória do Chega” em várias autarquias.

O presidente do Chega insistiu que o seu partido vai vencer legislativas no futuro, mas antes terá que passar pelas eleições autárquicas — que caracterizou como uma “prova de fogo à portuguesa” — nas quais o Chega tem a “obrigação de ganhar em tantas câmaras e juntas”, embora sublinhe que “não é o número” de vitórias autárquicas que importa.

Quando começarmos a ganhar e a ver cair no Algarve, no Alentejo, em Lisboa, no Porto, em Braga, na Madeira, nos Açores, em Bragança, em Leiria, em Viseu. Quando começarmos a ver ‘Chega venceu esta câmara, Chega venceu aquela câmara, Chega venceu esta junta, chega venceu aquela junta’, será para trabalhar, para mostrar uma coisa diferente ao país “, acrescentou.

Depois de ter obtido 1,29% dos votos nas Legislativas de 2019, o Chega obteve 4,16% dos votos nas Autárquicas de 2021, com os elegeu 19 dos 2.064 mandatos de vereador — sem que tenha conseguido conquistar presidências de Câmara. Metade dos vereadores eleitos pelo Chega abandonou o partido entretanto.

Em 2024, depois de a 10 de março ter obtido 18,07% dos votos, o partido conquistou em junho 9,79% dos votos nas eleições para o Parlamento Europeu.

Às portas da cidade

Sobre o que tem apelidado de um “governo-sombra“, André Ventura referiu que os membros desse conjunto “não serão todos do Chega” e que serão “os melhores” mesmo que “tenham dito mal” do Chega ou de si.

O líder do Chega afirmou que esta escolha revela a “superioridade de um partido que mete o interesse nacional acima do seu pequeno interesse partidário”, acrescentando que “na curva da história tem que ser só e só por Portugal”.

“É a nossa hora. Estamos, como diziam os antigos, mesmo às portas da cidade. Eles já ouvem os tambores. Cá fora ergue-se e junta-se uma multidão de homens e mulheres prontos a entrar na cidade ao primeiro sinal“, diz Ventura.

Não se juntam com violência, não se juntam com ressentimento nem com sede de vingança. Juntam-se porque agora já não têm as amarras de ninguém. Juntam-se porque se sentem livres pela primeira vez”, acrescentou.

Ventura disse que a vontade de “triunfar” não é “nenhuma obsessão” nem um “desígnio providencial”, mas sim a “vontade trabalhada de todos os dias com uma fúria enorme de querer corresponder e que gostava de ver transformada no partido nos próximos tempos”.

Em relação ao resultado das legislativas de 18 de maio, Ventura disse que “o que aconteceu em Portugal não é comparável a nenhum outro país da Europa” e do mundo, e rejeitou que não houve nenhuma “brasileirização” nem “americanização” da política portuguesa e que isso seria “menorizar o que está a acontecer” no país.

“Ninguém saiu de casa para votar no dia 18 ou no dia 28 a pensar no Brasil, na América ou na Europa. As pessoas que saíram de casa no dia 18 e que nos deram o resultado do dia 28 disseram isto: o povo português não precisa de lições de ninguém”, disse Ventura.

Acordou por si, vencerá por si e transformará por si a vontade da Europa e do mundo. Nunca precisamos de ninguém. Nunca precisamos do exemplo de ninguém”, atirou.

O presidente do Chega agradeceu ainda o apoio dos “parceiros europeus” do Chega e disse que chegou a hora de o país deixar de ser um “recetáculo do que aconteceu no mundo” e passar a ser “o farol da Europa e do mundo“.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. É preciso alterar a Lei Eleitoral neste caso referente às Eleições Autárquicas antes que as mesmas se realizem para que os Estrangeiros e Portugueses que não são naturais das Cidades, Vilas, e Aldeias, não possam votar nas Eleições Autárquicas, somente os Portugueses naturais das Cidades, Vilas, e Aldeias, é que podem ter direito a voto.
    Não podemos ter Estrangeiros a votar porque isso é fraude eleitoral, nem podemos ter Portugueses a votar nas Eleições Autárquicas que não sejam naturais das Cidades, Vilas, ou Aldeias, porque isso significa cometer ingerência nos assuntos internos, políticos, e no modo de vida de cada Município por parte desses Portugueses que não são naturais das respectivas Cidades, Vilas, e Aldeias que o constituem.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.