Autarca que governava pelo WhatsApp fugiu depois de desviar milhões

Lidiane Leite / Facebook

Lidiane Leite, autarca de Bom Jardim, Maranhão, procurada por corrupção.

Lidiane Leite tornou-se autarca com apenas 22 anos. Três anos depois, é agora procurada pela Justiça brasileira e pela Interpol, tornando-se famosa em todo o mundo pela forma peculiar como governava, através do WhatsApp, e por ter desviado dinheiro que se destinava à Educação.

A jovem autarca do Bom Jardim, no Maranhão – que é considerado um dos Estados mais pobres do Brasil -, é procurada desde 20 de Agosto pela Polícia Federal Brasileira e pela Interpol, depois de denúncias de que desviou dinheiro público para as suas contas pessoais.

Lidiane Leite é conhecida desde que foi eleita como “a prefeita ostentação” ou ainda “a prefeita das festas e das plásticas“, alcunhas que ganhou devido à vida de luxo que levava e dos sinais que dela dava nas redes sociais.

Enquanto isso, os residentes de Bom Jardim iam enfrentando dificuldades financeiras, nomeadamente no sector da Educação, com os professores sem receberem salários e as escolas sem condições mínimas e sem direito a merendas para os alunos.

O caso só chegou ao conhecimento das autoridades depois de várias reportagens televisivas sobre a sua vida de luxo numa cidade que vive quase na miséria.

Lidiane Leite, que chegou a vender leite na rua com a mãe e teve um filho aos 14 anos,chegou ao cargo de autarca quase por acaso, depois de o seu namorado, o milionário Beto Rocha, um criador de gado da região com uma fortuna de cerca de quatro milhões de euros, ter desistido da corrida eleitoral por envolvimento em casos de justiça.

Ela concorreu à última hora no seu lugar e quando foi eleita a sua primeira medida como autarca foi colocar Beto Rocha na liderança dos Assuntos Políticos.

Depois, governava através da aplicação WhatsApp enquanto fazia compras, nomeadamente de carros de luxo, saídas nocturnas nas discotecas da moda e operações plásticas.

“Eu compro sim é o que eu quiser, gasto sim com o que eu quero, tô nem aí para o que achem, beijinho no ombro para os recalcados”, chegou a escrever Lidiane Leite nas redes sociais.

A Polícia Federal despoletou então a “Operação Eden” que detectou desvios da ordem dos 23 milhões de reais (quase seis milhões de euros) em verbas do município que seriam destinadas à Educação.

Entretanto, Lidiane Leite fugiu, o namorado milionário terminou a relação e até o advogado que a família contratou para a defender já deixou o seu caso. A jovem continua em paradeiro incerto.

SV, ZAP