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Autarca do Funchal acusado de misoginia por deputadas do PS. “Gosto muito de brincar”

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Homem de Gouveia / Lusa

O presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado

Presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, é apontado como machista e misógino. “Passe que eu estou a gostar de ver”, terá dito a uma deputada. Episódios acumulam-se e são confirmados por deputadas do PS e por um dirigente do PSD.

Os atos vêm do próprio líder da autarquia da capital do arquipélago da Madeira e alguns já eram conhecidos, mas nunca houve consequências para Pedro Calado (PSD / CDS-PP).

Uma das denúncias remeterá a um artigo dedicado ao presidente no jornal regional A Tribuna, publicado pela militante do PS-Madeira, Mafalda Gonçalves, em 3 de março deste ano, que já denunciava os seus “comportamentos e dislates misóginos”. Agora, a revista SÁBADO foi saber mais à conversa com outras mulheres da oposição.

Segundo Mafalda Gonçalves, tida como um dos rostos das mulheres socialistas da Região, Calado terá dito enquanto presidente de mesa que a Assembleia parecia “uma passagem de modelos”. A uma das deputadas do PS, terá avançado: “Passe que eu estou a gostar de ver”.

“Coitados dos maridos destas socialistas” terá desabafado, no mesmo dia, para o vereador social-democrata.

E não é só Gonçalves que o denuncia. A socialista Madalena Nunes, ex-vereadora da mesma autarquia, confessa que “é um comportamento recorrente”, sendo que um dos episódios terá ficado registado numa ata de uma reunião da Assembleia Municipal do Funchal de 23 de fevereiro de 2022, por insistência do PS.

Discutia-se um protocolo da Cultura quando Calado, em resposta a uma deputada municipal do PS, deixa-lhe a dica: “não lhe daria esse prazer, mas que lhe poderia dar outros”, que pelo tom, confirmam outros presentes, não deixou dúvidas quanto à intenção. Diz a ata a que a SÁBADO teve acesso que o presidente negou, declarando que a deputada “estava baralhada da cabeça”

Mas o assédio estende-se à misoginia, de acordo com Madalena Nunes.

Não deixava as vereadoras falarem

Até há pouco tempo, não deixava as vereadoras dele falarem. Punha a mão à frente [do microfone] e respondia ele. Agora já deixa a vereadora do Social falar, mas a do Ambiente ainda não.” Os motivos serão machistas? “Sempre deu a palavra a vereadores homens”, responde a socialista à revista SÁBADO.

Elisa Seixas é outra fonte da revista que se queixa de comentários de Calado que remetem ao Governo regional de Miguel Albuquerque, no qual a ex-deputada socialista era vice-presidente.

“Aquilo que no continente choca no Chega, temos aqui permanentemente na Madeira, com a agravante de que é o partido com a maioria”, disse, recordando um debate sobre natalidade marcado por comentários machistas de Calado, que tratará as mulheres por “querida” em sessões públicas, durante debates políticos.

Terá visto Calado dizer à deputada Marina Barbosa que “já tinha feito a sua parte [para aumentar a natalidade] e que a deputada devia ir para casa fazer a dela”.

Também um dirigente do PSD-Madeira confessa as atitudes e diz que o presidente “toca muito nas pessoas quando fala”.

Autarca desmente. “Gosto muito de brincar”

Gosto muito de brincar” e sempre fui “muito descontraído”, diz à SÁBADO o presidente da Câmara, desmentindo as alegações constantes.

Para mim, falar com um homem ou uma mulher é igual”, assegura: “Até gosto mais de trabalhar com mulheres. São mais frias, mais racionais.”

ZAP //

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2 Comments

  1. Que brinque calado, sozinho ou já que gosta muito de brincar e principalmente com MULHERES, que brinque com as da família dele; certamente, conhecem-no bem e sendo parentes, terá confiança e à vontade suficientes para isso e não ser, digamos, confundido ou mal interpretado. Havia de ser comigo que o meu marido também gostaria muito de brincar com ele. 🙂

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