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Australiana fez uma cirurgia para remover as amígdalas (e acordou com um sotaque irlandês)

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No dia 19 de abril, Angie Mcyen foi submetida a uma cirurgia para remover as amígdalas, um procedimento bastante simples que demorou apenas meia hora. Uns dias depois, apercebeu-se de que tinha um sotaque irlandês.

Angie Mcyen estava a cantar no chuveiro quando se apercebeu da mudança. Segundo o IFL Science, a australiana nunca esteve na Irlanda, mas diz que perdeu progressivamente o seu sotaque e que o irlandês se tem tornado cada vez mais forte.

“De repente, eu estava a falar com um sotaque irlandês”, contou a jovem, num vídeo que publicou no TikTok.

Mcyen reuniu-se com especialistas que lhe disseram que tinha Síndrome de Sotaque Estrangeiro, uma condição extremamente rara.

Depois de ter recebido várias criticas dos seguidores na rede social, a jovem aproveitou a plataforma para “aumentar a consciencialização sobre a síndrome e as suas sérias implicações neurológicas que podem mudar a vida de uma pessoa”.

https://www.tiktok.com/@angie.mcyen/video/6956809640009108737

A Síndrome do Sotaque Estrangeiro é extremamente rara: só cerca de 100 pessoas no mundo foram diagnosticadas com a doença.

A maioria dos casos ocorreu após lesão traumática na cabeça ou acidente vascular cerebral (AVC), resultando em danos nas áreas do cérebro responsáveis ​​pela fala. A condição não é permanente. Normalmente, desaparece quando o paciente recupera de um derrame.

Apesar de ter um nome sugestivo, esta condição não altera o sotaque de uma pessoa. A mudança nos sons produzidos é, provavelmente, causada por movimentos alterados da mandíbula e da língua.

O sotaque estrangeiro só existe na mente das pessoas que o ouvem, uma forma de pareidolia. “A noção de que os doentes falam numa língua estrangeira é algo que está no ouvido do ouvinte, e não na boca do falante”, disse o cientista da linguagem Nick Miller, ao Independent. “O ritmo e a pronúncia da fala alteram.”

A jovem vai consultar um neurologista para investigar a causa da sua mudança de voz e está a considerar também a terapia da fala.

Liliana Malainho, ZAP //

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