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Atrasos nas pensões representam “nódoa” no currículo de Vieira da Silva

Manuel de Almeida / Lusa

O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, José António Vieira da Silva

A deputada social-democrata Clara Marques Mendes considerou que o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, se prepara para abandonar o Governo com uma “nódoa” no seu currículo, devido aos atrasos registados na atribuição de pensões.

Esta posição da deputada do PSD Clara Marques Mendes foi transmitida em plenário, na Assembleia da República, no período de declarações políticas, numa intervenção em que foi apoiada pelo CDS ao defender a tese de que a “austeridade está no presente bem patente no estado dos serviços públicos”.

Clara Marques Mendes citou notícias de que o atual ministro socialista Vieira da Silva se prepara para não entrar “num eventual futuro Governo” do PS, terminando assim as suas funções políticas no fim desta legislatura.

Sai de cena sem resolver os problemas dos atrasos na emissão de pedidos de pensões – atrasos muitas vezes de um ano ou mais e que penalizam sobretudo os cidadãos com mais baixos rendimentos. Esta é uma nódoa na sua carreira. Vieira da Silva deveria ter sido o primeiro a ter sensibilidade social para responder a este problema, mas foi necessária a intervenção da Provedoria de Justiça”, acusou.

A deputada social-democrata criticou ainda o atual Governo por ter sido “o campeão da destruição dos serviços públicos no país“, falando em casos de atrasos na emissão dos cartões do cidadão ou na greve dos médicos e dos enfermeiros.

“Esta é uma fotografia que ninguém gosta de olhar, mas, infelizmente, é a realidade do país”, declarou logo a seguir o deputado do CDS Filipe Anacoreta Correia, num breve discurso em que apontou, de forma crítica, que Vieira da Silva entrou para o Ministério da Segurança Social “no século passado“.

Pela parte das bancadas da esquerda, a deputada do PS Carla Tavares acusou o anterior Governo de ter provocado uma perda de trabalhadores na ordem dos três mil na Segurança Social e de ter levado a cabo “despedimentos encapotados ao enviar cerca de 700 trabalhadores para requalificação”.

Carla Tavares contrapôs que o aumento dos novos pedidos de novas pensões atingiu agora os 30% face a 2015 e só em maio último estiveram em pagamento mais 15 mil pensões.

Pelo PCP, Diana Ferreira defendeu que foi a bancada comunista que levantou a questão dos atrasos na concessão de novas pensões e acusou Clara Marques Mendes de ter feito um discurso “que não condiz com a prática do PSD”.

A vossa insensibilidade social conduziu ao corte nas pensões e de salários, assim como ao corte nos pagamentos de prestações sociais. Se o PSD tivesse continuado no Governo, teria cortado mais 600 milhões de euros no sistema de pensões”, disse Diana Ferreira.

Já Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda, acusou a deputada do PSD de procurar “encavalitar-se em greves” e de agora tentar defender os serviços “antes caracterizados como gorduras” pelo executivo liderado por Pedro Passos Coelho.

“A declaração que aqui veio fazer constituiu mais uma tentativa do PSD de instrumentalizar trabalhadores“, acrescentou.

// Lusa

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