Se os passageiros em Portugal se queixam do que acontece na CP… Aqui ao lado a situação parece ser bem pior e mais complexa.
Os espanhóis já se habituaram: os comboios atrasam-se. Chegam a aparecer na estação quase 2h depois do que o horário indica.
Em 2023 a Renfe, empresa nacional de ferrovia, registou o maior número de atrasos de sempre.
O atraso passou a ser a norma, destaca o canal Euronews, que retrata as queixas dos passageiros sobre uma situação caótica dos comboios em toda a Espanha, com relato de atraso de 1h45m.
Os problemas são diversos e têm-se multiplicado ao longo dos últimos anos no país vizinho.
Há avarias ou roubos de cobre; comboios que ficam parados nos túneis; e ainda passageiros presos durante horas sem água ou luz.
Segundo a Renfe, há outros motivos: aumento da procura, muitas obras de melhoramento e ampliação da rede, e questões relacionadas com empresas concorrentes – em Espanha há outras duas empresas ferroviárias, Ouigo España e Iryo. O sistema de sinalização também precisa de uma “actualização”.
Para Jorge Morera, da Associação para a Promoção dos Transportes Públicos, o problema maior do que os atrasos é “a degradação da qualidade do serviço prestado pelos operadores”.
“Há grandes problemas de capacidade nas estações e uma má gestão das interrupções, que afectam agora os passageiros diariamente, ainda mais nas redes locais e regionais”, explica.
E ainda entra outra queixa na lista: os reembolsos. A Renfe deixou de devolver metade do preço do bilhete quando o comboio se atrasa 30 minutos. Agora dá esse valor só quando o atraso é superior a 1h e devolve totalmente o valor se o comboio se atrasa mais do que 1h30m.