Dois atletas norte-americanos a participar nos Jogos Pan-Americanos sacrificaram a comemoração das respetivas medalhas de ouro para protestar contra o Presidente Donald Trump.
O esgrimista Race Imboden, campeão por equipas, ajoelhou-se na sexta-feira enquanto tocava o hino nacional. Já Gwen Berry, vencedora no lançamento do martelo, fechou os olhos e ergueu o punho fechado, no sábado.
“O meu orgulho foi abalado pelos múltiplos problemas do país que eu carrego com tanto apreço no coração. Racismo, controlo de armas, maus tratos aos imigrantes e um presidente que espalha o ódio estão no topo de uma longa lista. Escolhi sacrificar o meu momento no topo do pódio para chamar a atenção para questões que eu acredito que precisam de ser abordadas. Encorajo outros a utilizar as suas plataformas para encorajarem a mudança”, escreveu Race Imboden nas redes sociais.
“É demasiado grave para não dizermos nada”, declarou ao USA Today a lançadora Gwen Berry, que repetiu o icónico gesto dos atletas Tommie Smith e John Carlos na prova de 200 metros dos Jogos Olímpicos de 1968.
No entanto, o Comité Pan-Americano dos Estados Unidos não gostou da atitude dos seus atletas. “Race não cumpriu o acordo que fez com o comité organizador e o comité dos Estados Unidos”, disse o porta-voz Mark Jones, referindo-se a um acordo por parte de todos os atletas em “abdicar de demonstração que tenham natureza política”.
Race Imboden e Gwen Berry juntam-se à lista de atletas norte-americanos que se têm posicionado recentemente, como Megan Rapinoe – da seleção de futebol feminino -, Colin Kaepernick – que jogava futebol americano nos San Francisco 49ers -, e o futebolista Alejandro Bedoya.